segunda-feira, dezembro 03, 2012

[FIC] Forbidden Love
1ªTemporada
 
Melanie Fronckowiak tinha 16 anos e morava com sua mãe Melissa e seu irmão Marcelo em São Paulo. Depois de muitas mudanças, sua mãe resolveu se mudar para o Rio de Janeiro. Melanie conhece Chay, e começa a ter noção do que é o verdadeiro amor...
Chay Suede tinha 17 anos e sempre viveu no Rio de Janeiro, com seu pai Saulo. Nunca chegou a se apaixonar de verdade, pelo menos até conhecer Melanie...
O que esses dois não sabiam era o que o destino estava tramando para o amor deles: iam ser vizinhos, se amar, mas havia um problema enorme entre os dois: Fronckowiak's e Suede's eram inimigos...
Será que o amor deles supera? E por que será que surgiu a inimizade entre as famílias? Só uma coisa posso dizer: não é só o amor deles que está em jogo nessa história...

POV MEL
Estava deitada em minha cama lendo um livro, quando minha mãe entrou no quarto.
Melissa: Melanie arrume suas coisas, pois vamos nos mudar! Quero morar no Rio. - dizia enquanto andava de um lado para o outro.
Mel: Está bem mãe - fechei o livro e encarei-a -, quando vamos?
Melissa: Amanhã mesmo. Já encontrei a casa perfeita! - ela abriu aquele sorriso - Arrume as suas coisas. Vou avisar seu irmão. - me deu um abraço e seguiu para o corredor.
Depois que papai faleceu, ela não para em lugar algum. Tanto que só falta o Rio e a Bahia para termos morado em todos os Estados brasileiros. Mas se ela se sente bem assim, quem sou eu para discordar...?
A noite passou muito rápido. Deve ser a ansiedade. Logo minha mãe entrou no meu quarto dizendo que estava na hora de ir para o Rio. Seguimos viagem por algum tempo que passou quase despercebido por mim. Quando chegamos ao nosso destino, me impressionei com o tamanho da mansão que minha mãe comprou no Leblon.
Marcelo: Vamos mana, vamos ver como é a casa por dentro! - ele disse já adentrando a casa.
Conheci toda a casa por dentro e confesso que gostei muito dela. Depois de tomar um bom banho decidi ir correr um pouquinho para conhecer as redondezas. Corri um pouco distraída até que senti um baque e fui direto ao chão. É, eu tinha esbarrado em alguém.
XxXx: Está tudo bem? - o garoto me encarou preocupado.
Mel: Está sim. - respondi o encarando.
XxXx: Desculpa. Eu estava distraído. - ele disse me estendendo a mão para que eu levantasse.
Mel: Não foi nada. Aliás, sou eu quem pede desculpas. - segurei a mão dele para me levantar e foi como se uma corrente elétrica passasse por todo o meu corpo e uma manada de elefantes habitasse meu estômago.
XxXx: Como se chama?
Mel: Melanie, e você?
XxXx: Chay. Você é nova por aqui? Nunca te vi aqui no Leblon...
Mel: Como sabe se nunca me viu por aqui...? O bairro é grande.
Chay: Se tivesse te visto, teria me lembrado da garota mais linda que já vi... - preciso dizer que corei? Acho que não...
Melanie: Mudei-me para cá hoje... Vim de São Paulo...
Chay: Então aceita um sorvete de boas vindas? Adoraria saber mais sobre você... - ele disse se aproximando. Estava perigosamente perto.
Mel: Não vejo nada de mal em um sorvete... - disse me afastando - Onde é a sorveteria?

POV CHAY
Meu Deus! Que garota era aquela? Aqueles olhos e cabelos escuros e brilhantes... E aquela boca que fiquei tentado a beijar... Calma Chay, é só uma garota!
Chay: A sorveteria é ali na esquina. - sorri. - Vamos?
Mel: Vamos.
Fomos à sorveteria e conversamos bastante, até que Mel olhou no relógio e se levantou num pulo.
Mel: Chay tenho que ir! Minha mãe deve estar preocupada. - disse se afastando da mesa. Levantei-me e a segurei.
Chay: Espera! Eu te levo...
Mel: Não precisa. Moro perto daqui...
Chay: Faço questão! - falei baixo e só então me dei conta da nossa proximidade. A puxei Num impulso e selei nossos lábios.

POV MEL
Ainda não tinha me dado conta da nossa proximidade até ele me puxar e selar nossos lábios, fazendo com que meu coração batesse tão forte como se quisesse sair do peito. Sua língua pediu passagem e eu cedi. Estávamos em perfeita sintonia, até que ouço alguém me chamar.
Marcelo: Melanie! - ele estava vermelho - O que é isso?
Mel: Marcelo... - eu tremi - O que faz aqui?
Chay: É seu namorado? - ele perguntou, levando em conta o tamanho do meu irmão, que é mais alto que eu e é totalmente diferente de mim, fisicamente.
Marcelo: Sou irmão dela. Se fosse namorado já tinha te socado. - ele virou-se para mim - Vamos embora, mamãe tá te chamando.
Mel: Tchau, Chay... Desculpe-me pelo Marcelo. - dei um beijo na bochecha dele.
Chay: Tchau Mel... A gente se vê...
Marcelo: Dona Melissa não vai gostar nada disso...
Chegando em casa, ele já foi direto ao quarto da nossa mãe, e eu o segui. Ele bateu na porta e minha mãe abriu.
Marcelo: Mãe, a Mel estava beijando um cara lá na frente da sorveteria. - ele foi entrando e eu entrei logo atrás.
Melissa: Mel, querida, você não pode sair beijando um rapaz que mal conhece...
Mel: Mas mãe eu não resisti... Aqueles olhos cativantes me prenderam e parece que um ímã me puxava a ele...
Melissa: Conte-me como conheceu esse rapaz... - a essa altura meu irmão já tinha saído do quarto.
Contei tudo à minha mãe e quando terminei ela me olhou preocupada.
Melissa: Filha, não se deixe guiar apenas pelos seus sentimentos. Eles são traiçoeiros. - disse e saiu.

POV CHAY
Cheguei em casa pensando na Mel, e em quando veria aquele sorriso novamente, pois não sei onde ela mora e esqueci de pedir o número dela... Assim que abri a porta, reparei que a casa vizinha que estava à venda estava toda iluminada. Pelo visto, terei novos vizinhos.
Entrei em casa e dei de cara com meu pai.
Saulo: Chay, onde você estava?
Chay: Dando uma volta, pai. Onde você vai?
Saulo: Reunião. Fique pronto as oito. Virei te buscar para ir jantar naquele restaurante que você gosta. - disse saindo e fechando a porta.
O tempo passou rápido e logo eu e meu pai estávamos chegando ao restaurante. Quando entrei, tive a melhor visão que poderia ter. Era Mel, estava linda com aquele vestido, estava com o irmão e uma senhora que julguei ser sua mãe, que se virou para nós e fechou a cara, se levantando.
Melissa: Saulo Suede...? - ela disse espantada.
Saulo: Melissa Fronckowiak? - ele também demonstrou surpresa...

POV MEL
Eu não sabia o que estava acontecendo ali e me levantei, tendo uma vista maravilhosa.
Mel: Oi, Chay... - o cumprimentei e minha mãe me olhou.
Melissa: Você conhece esse garoto, Melanie?
Nesse momento, Marcelo se levantou da mesa e se manifestou.
Marcelo: É claro que ela conhece, mãe. Era ele que ela estava beijando na sorveteria!
Saulo: Como é que é? Você beijou uma Fronckowiak, Chay? - ele já estava vermelho.
Chay: Beijei, pai. E não vejo problema algum. A Mel é linda... - ele sorriu para mim e eu retribuí, corada pelo "linda".
Melissa: Melanie, vamos embora! E você, garoto, - disse apontando para Chay - não se atreva a chegar perto da minha filha! - ela foi me puxando e eu já estava com os olhos marejados de confusão. Eu mal podia acreditar em toda essa desavença com o pai do Chay, mas nesse momento preferi me manter calada.

POV CHAY
Eu não estava entendendo nada do que havia acontecido ali, e me despertei de meus devaneios quando escutei meu pai falando comigo, completamente irritado.
Saulo: Me diz que você só ficou com essa garota por diversão e que não vai mais procurá-la, Chay. - ele disse, tentando se acalmar. - Eu vou esquecer esse assunto se você me disser isso...
Chay: É claro que não, pai. - eu disse indignado - A Mel não é dessas que a gente pega e joga fora, eu realmente gosto dela. - me assustei ao admitir.
Saulo: Você enlouqueceu, só pode. Você sempre pegou qualquer garota sem se importar se ia ferir os sentimentos delas. Por que com ela tem que ser diferente? Logo com ela? - ele bufou.
Chay: E por que eu não posso gostar dela? Por que a mãe dela faltou ter um treco quando te viu e quase me matou com os olhos por causa de um beijo, hein, pai?
Saulo: Nós somos inimigos, Chay, e essa desavença entre a Melissa e eu já tem mais de 20 anos. Portanto não me amole e não tente me convencer de que vai ficar com essa garota, pois ela não vale a pena, assim como a mãe.
Chay: Pelo menos me conte o motivo disso....
Saulo: Você saber da história toda não vai alterar em nada nossa realidade. E não insista, pois isso é uma coisa que não vou te contar tão cedo. - dito isso me calei e nos sentamos para fazer nosso pedido.

POV MEL
Eu não sabia a razão de tudo aquilo, nunca vi minha mãe transtornada daquele jeito. Fiquei imaginando se veria Chay de novo, e tentando adivinhar o motivo daquela cena do restaurante. Mal percebi que já estávamos chegando em casa. Minha mãe estacionou e nós entramos em casa.
Melissa: Melanie Fronckowiak, que história é essa de beijar um Suede? - ela gritou, vermelha de raiva.
Mel: O engraçado é que quando eu disse que tinha beijado um garoto a senhora não ficou assim, tão irritada. E que mal tem em beijar o Chay?
Melissa: Você só vai servir de brinquedo e quando ele se cansar vai te chutar, Melanie. Pelo amor de Deus, você poderia ter se envolvido com qualquer um, mas por que logo ele?
Mel: Me diz mãe, por que essa desavença toda?
Melissa: É coisa do passado, e não é agora que você vai saber. Agora te digo: não se envolva com ele, filha, não deixe ele te controlar... Agora vá dormir.
Decidi ir dormir, pois não conseguiria arrancar nada da minha mãe. Me troquei e me deitei, mas não consegui dormir. Já estava apaixonada por Chay e ele pertencia a uma família inimiga... O que eu faria para conviver com isso? Eu tinha que vê-lo, e ia dar um jeito.

POV CHAY
Acordei cedo, se é que consegui dormir. Fiquei pensando na Mel e no que meu pai disse sobre sermos inimigos. Levantei-me da cama e fui escovar os dentes e tomar um banho. Desci as escadas e nossa governanta, Carlota estava desinformando uma torta de chocolate.
Chay: Hm... Mal vejo a hora de devorar essa torta... - disse todo animado e sentindo aquele cheiro maravilhoso.
Carlota: E quem disse que é pra você? - ela perguntou divertida - É para a nova vizinha, que se mudou ontem com os filhos.
Chay: Você sabe que meu pai não gosta dessas coisas, né? Uma torta de boas vindas é como pedir pra ser amigo e ele não gosta de ser amigo de vizinho...
Carlota: Deixe de besteira, menino Chay, só fiz a torta para não parecer que os vizinhos dela são antipáticos. Agora leve a torta para lá, sim?
Chay: Eu? Por... - eu ia questionar, quando vi pela janela, na porta da casa da frente, a Mel acenando para sua mãe que estava saindo de casa. Então ela era minha vizinha... As coisas aqui estão ficando interessantes... - É claro que eu vou Carlota. Será melhor ainda se eu for, não é?
Carlota: Você vai, mas antes vai comer um pedaço de bolo de cenoura, você não comeu nada ainda...
Comi e fui a casa da Mel com a torta na mão. Toquei a campainha e quase gargalhei da cara de espanto da Mel ao me ver ali.
Mel: Ai meu Deus... Chay o que você faz aqui? Como descobriu onde moro?
Chay: Ia ser difícil morar em frente a sua casa e não saber onde mora. - disse sorrindo para ela - Trouxe até uma torta para demonstrar que você é muito bem vinda... - coloquei a torta no banco que tinha na varanda e a puxei pela cintura e selei nossos lábios com urgência. Ela entrelaçou seus braços em meu pescoço, mas logo partiu o beijo e se afastou, quando ouvimos o carro de sua mãe chegando.
Melissa: Será que você é surdo moleque? Eu disse que não queria você atrás da minha filha! E você Melanie, não quero mais que o veja.
Chay: Será difícil, já que somos vizinhos... - disse, com um ar de deboche - Seja bem vinda, vizinha. - disse entregando a torta na mão da Dona Melissa e saindo dali.

POV MEL
Até me deu vontade de rir do deboche do Chay com minha mãe, mas minha vontade esvaiu-se quando ela se virou para mim com a cara fechada e apenas apontou para a porta, e eu entrei, com medo do que ela diria do flagra que deu na gente.
Melissa: Muito bonito, dona Melanie... Deu pra me desobedecer agora? - ela estava muito vermelha, parecia que explodiria a qualquer momento.
Mel: Mãe, eu gosto dele. A senhora não pode mandar no meu coração. - nesse momento ela arregalou os olhos e seu rosto passou de vermelho para branco - Mãe, calma, pelo amor de Deus...
Melissa: Calma? Você estava se agarrando com aquele moleque na porta de casa e me pede calma? Ah, o que eu vou fazer com você? - ela dizia num tom alto e andando em círculos pela sala - Se eu te pegar com esse garoto mais uma vez eu não respondo por mim... E pensar que eu só voltei porque esqueci um documento importante...

POV CHAY
Eu precisava ver a Mel e esperei anoitecer para pôr meu plano em prática. Fui ao quintal da frente, onde tudo estava apagado, menos em um quarto, o da Mel. Como eu sabia? Há eu sei de tudo... Mas voltando, subi no pé de manga que tinha ao lado da janela dela e quando apontei na janela ela só não gritou porque eu a segurei a tempo.
Chay: Posso te soltar? Você não vai gritar, né? - perguntei e ela negou. Então a soltei.
Mel: O que faz aqui? Você só pode estar malu... - nem deixei ela terminar e já parti para o beijo. Ah, como eu amava o beijo da Mel... Ela agarrou meu pescoço com seus braços e eu a agarrei pela cintura. Ficamos assim por um tempo até que o ar faltou e nos separamos.
Chay: Mel, a gente tem que fazer alguma coisa. Eu gosto muito de você pra desistir assim...
Mel: E o que a gente pode fazer, Chay? Namorar escondido? Não dá porque você é filho único, mas eu tenho meu irmão na minha cola.
Chay: Vamos fazer o seguinte: Todos os dias, nesse mesmo horário, eu venho te buscar, ficamos uma ou duas horas fora e voltamos. Quando a gente se encontrar na rua na frente dos outros, nos ignoramos.
Mel: Pode ser... Vou te passar meu celular, e você me passa o seu pra te avisar caso não puder ir...
Chay: Então ta... Amanhã, nesse mesmo horário, esteja pronta. - a beijei calmamente, antes de caminhar em direção a janela - Boa noite, meu anjo.
Mel: Boa noite...
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POV MEL
Hoje faz três meses que eu e Chay estamos saindo escondidos e ele me disse que vai me levar a um lugar muito especial. Já dei boa noite a minha mãe e ela dormiu há algum tempo. De repente, escuto um barulho. É ele...
Chay: Você está linda, meu amor...
Mel: Hm... Seu amor...?
Chay: Mel, você ainda duvida que EU TE AMO...?
Mel: É claro que não... Eu também te amo muito...
Chay: Então, vamos?
Mel: Vamos...
Chegamos a um lugar lindo, com uma árvore muito alta. Nessa árvore tinha uma casa de madeira, e a gente subiu. Impressionei-me com a decoração do lugar. Eram pétalas e mais pétalas de rosas por todo o lugar e um colchão cercado de velas no centro.
Chay: Gostou?
Mel: Eu amei, Chay... - disse enquanto ele depositava alguns beijos em meu pescoço.
Chay: Eu quero que seja especial... - ele sussurrou e me puxou para mais perto.
Mel: Só o fato de ser com você já faz desse momento o mais especial. - dito isso, ele me agarrou pela cintura e me beijou com vontade, como se pudéssemos nos tornar um só.

POV CHAY
Eu estava tendo o melhor momento da minha vida. Ela, a minha Mel, e garota que eu tanto amava, estava em meus braços. A peguei no colo e a deitei no colchão. Beijei seu pescoço, pressionando meu quadril contra o dela, fazendo com que ela entrelaçasse suas pernas em minha cintura e arranhasse minhas costas por dentro da camiseta, que logo já estava jogada em algum canto. Em poucos minutos, entre beijos e carícias, eu estava apenas de boxer, pronto para começar a tirar o seu vestido, que já me incomodava. Parei o beijo, me perguntando se era isso mesmo que ela queria, mas só com o olhar dela confirmei. Voltei a beijá-la e desci para o pescoço, tirando a alça de se vestido aos poucos. A puxei, fazendo com que se sentasse e tirei o vestido dela. Eu nunca tive medo de nada na hora do vamos ver, mas naquela hora, eu era o cara mais inseguro do mundo.
Vira e mexe, ela suspirava. Eu desci para o colo dela, e em seguida fui descendo o caminho da felicidade. Ela gemia baixo, o que, não vou mentir, me deixava louco. Cheguei à calcinha e tirei-a lentamente. Abri as pernas dela e ela se mexeu desconfortável, mas não parei. Passei um dedo de leve na vagina dela, a fazendo gemer e se contorcer de leve. Em seguida abaixei e
passei minha língua mais profundamente, o que a fez gemer mais alto e em seguida subi beijando o corpo dela, parando em seus lábios.
Deitei-a na cama lentamente e me apoiei num braço e com o outro, acariciei o rosto dela, e trocamos um selinho. Com apenas uma troca de olhares nós dois perguntamos e respondemos se estávamos prontos. Penetrei-a lentamente, ouvindo um gemido de dor vindo dela. Parei nervoso, ela arfou por uns segundos e então pediu para que continuasse. Eu lentamente voltei a me movimentar, ela soltou mais alguns gemidos de dor, mas logo parou. Agora nós dois gemíamos de prazer e nos movimentávamos juntos. Aquilo era como um sonho realizado. Eu comecei a me movimentar mais rapidamente e ela mesma pedia por mais velocidade. Arranhava minhas costas e eu beijava o pescoço dela. Os gemidos dela estavam me deixando loucamente extasiado. Cada vez que ela soltava um, eu penetrava mais e mais, a fazendo quase gritar de prazer. Eu sorria cada vez que ouvia a voz extasiada dela falar meu nome. Ela avisou que estava por vir e eu aumentei a velocidade. Apenas naquele momento eu vi o quanto aquilo não era um sonho e sim ele sendo realizado na realidade. Gozamos e eu estoquei por mais algumas vezes, então parei, me retirando de dentro dela e deitando no colo da garota, com a boca levemente aberta, procurando por ar. Ouvi o coração dela bater forte e rapidamente. Aquilo me fez feliz. Deitei ao lado dela e ela virou para mim. Beijamos-nos lentamente, como nunca e então encostamos nossas testas uma na outra. A puxei mais para perto e ela apoiou o braço em meu peito, e encostando a cabeça em meu ombro. Mel: Eu te amo. - ouvi a voz dela. Nunca me senti tão bem e feliz em toda minha vida.
Chay: Eu amo você. - falei sorrindo. Ela fechou os olhos e subiu um pouco para fazer com que os lábios dela encontrassem os meus. Beijamos-nos e então ficamos calados e quando a olhei novamente, ela estava num sono tranquilo e bonito. Tinha um sorriso nos lábios, que dava uma beleza a mais. Dei um leve beijo em sua testa e logo adormeci.

POV MEL
Eu acordei com um leve sorriso, imaginando tudo aquilo de poucas horas atrás ter sido um sonho... Olhei no relógio e já havia passado da hora de voltar para meu quarto, pois já passavam das 4 a. m. Olhei para o lado e Chay dormia tranquilamente, o que me deu um pouco de pena de acordá-lo para voltarmos, mas eu tinha que fazê-lo. Dei um selinho nele e ele acordou sorrindo como nunca vi, e olhou em meus olhos.
Chay: O que houve Mel? Parece nervosa...
Mel: Preciso voltar, Chay... Daqui a pouco minha mãe acorda e vai ao meu quarto. Não quero que ela perceba minha falta...
Chay: Está bem. Vamos nos vestir e eu te levo, esta bem?
Mel: Sim... Obrigada...
Vestimos-nos e fomos em direção as nossas casas, que não eram muito longe dali. Dei um beijo em Chay e me despedi. Subi na árvore que dava na minha janela com um pouco de sacrifício, pois ainda estava um pouco dolorida. Deitei-me e caí em um sono profundo, que não chegou a durar nem uma hora.
Melissa: Melanie, estou indo trabalhar... Vá tomar café. - ela estava muito seca comigo desde aquele dia em que me pegou com o Chay lá na porta. Nem de Mel ela me chamava mais... Imagine só se ela desconfia do que eu fiz na noite passada.
Mel: Daqui a pouco eu vou, mãe. Não estou me sentindo bem... - eu sabia que não era bem isso, e parece que ela também. Ela me olhou desconfiada, deu de ombros e saiu...
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Um mês depois...

Eu estava tomando café da manhã sozinha na cozinha da minha casa, pois minha mãe tinha ido trabalhar e Marcelo estava dormindo. De repente senti uma forte ânsia de vômito e tive que
correr para o banheiro e jogar meu café da manhã inteirinho... Dias se passaram assim, mas sem que minha mãe, Marcelo ou até mesmo Chay desconfiasse do que eu estava desconfiada. Fui confirmar minhas suspeitas quando percebi que minha menstruação estava terrivelmente atrasada e não querendo acreditar, comprei um teste de farmácia. Como se ele fosse me provar o contrário... Fiz o teste e confirmei: estava grávida. Como contaria a minha mãe que esperava um filho de um Suede? Teria que unir todas as minhas forças...
Estava com Chay em nosso esconderijo, como sempre nos encontrávamos. Já havia uma semana que eu havia descoberto minha gravidez e não tivera coragem para contar a ele, e muito menos a minha mãe. Estava deitada com ele em nosso colchão, depois de horas de conversa sobre o futuro, até que senti uma forte pontada na barriga... Chay percebeu que eu não estava bem...
Chay: O que foi minha linda? - me olhou preocupado, e a essa altura eu já estava com a visão embaçada.
Mel: Chay me ajuda, ta doendo muito. - as lágrimas já escorriam em meu rosto.
Chay: Meu Deus, Melanie, você está sangrando! - foi a última coisa que ouvi antes de desfalecer nos braços dele e me senti sendo suspensa no ar...

POV CHAY

Eu fiquei desesperado quando a Mel desmaiou e a levei para o hospital. Ela estava sangrando muito e eu não conseguia entender por que... Será que ela estava doente? Ela estava muito diferente nessa ultima semana. Cheguei ao hospital com ela em meus braços e as enfermeiras, vendo a gravidade da situação, a levaram numa maca.
Já havia se passado uma hora que tinham levado a Mel e nada de notícias dela. De repente um médico chama:
Dr.: Responsável por Melanie Fronckowiak?
Levantei-me de imediato e me pronunciei:
Chay: Dr., como ela está?
Dr.: Você é o que dela?
Chay: Namorado.
Dr.: Desculpe rapaz, mas preciso do responsável legal dela aqui para que eu possa falar sobre a situação dela. Poderia, por favor, ligar para a casa dela?
Tinha me esquecido completamente da Dona Melissa. O que ela diria quando soubesse que a filha estava comigo quando passou mal? Mas eu tinha que ligar para ela, pois ela tinha que saber que a Mel estava em um hospital...
Peguei meu celular no bolso e disquei o número do telefone da casa da Mel.
Melissa: Alô... – atendeu com uma voz de sono, afinal já se passava de 1 hora da manhã.
Chay: Dona Melissa, sou eu, Chay Suede... – disse um pouco receoso.
Melissa: O que você quer moleque? – ela disse irritada – Melanie está dormindo e mesmo que não estivesse eu não deixaria ela te atender...
Chay: Não, Dona Melissa, Melanie não está dormindo. Ela estava comigo e passou mal. Eu a trouxe para o hospital e liguei para avisá-la.
Melissa: Ora, não é hora para brincadeiras.
Chay: É sério. Por favor, se quiser confira no quarto dela, mas venha logo, o médico quer a responsável dela aqui...
Melissa: Realmente, você não ia brincar com uma coisa dessas... Em que hospital vocês estão? – ela perguntou aflita.
Chay: Nesse aqui perto de casa mesmo. – depois não ouvi mais resposta, ela desligou na minha cara...
Em menos de cinco minutos, vi Dona Melissa entrar na sala de espera com uma cara de desespero.
Melissa: O que houve com a minha filha? E o que ela fazia com você?
Chay: Depois nós explicamos. Não é hora para isso. Ali está o médico. – eu disse e ela se dirigiu em direção ao médico e eu a segui.
Melissa: Dr., sou Melissa Fronckowiak. Como está minha filha?
Dr.: Sua filha está bem, apesar de ter perdido muito sangue, mas infelizmente não conseguimos salvar o bebê.
Melissa: Que bebê? Do que o senhor está falando? – ela perguntou espantada, e eu não estava diferente.
Dr.: Melanie estava grávida de um mês e uma semana e sofreu um aborto espontâneo. Vocês não tinham conhecimento dessa gravidez? – grávida? Agora tudo fazia sentido. O modo como ela estava agindo durante essa semana e o sangramento. Despertei de meus devaneios quando ouvi Dona Melissa.
Melissa: Suede, esse filho não era seu, era? – ela perguntou aflita e com irritação na voz. Ela já sabia a resposta, mas não queria acreditar.
Eu fiquei com um pouco de medo de responder a sua pergunta, pois pelo seu estado ela só faltava ter um ataque do coração, mas eu fui sincero.
Chay: Eu acredito que esse filho era meu sim, pois a Melanie não saía com mais ninguém, afinal a senhora trancava ela em casa o dia todo.
Melissa: E nem assim consegui evitar essa catástrofe... – ela se virou para o médico, que estava a prestar atenção em nossa conversa, curioso. – Posso ver minha filha?
Dr.: Pode sim, mas devo ressaltar que ela está dormindo por causa do efeito da anestesia que aplicamos para poder retirar o feto. Venha comigo.
Eles sumiram pelo corredor e eu fiquei ali. Não iria embora, pois queria saber por que a Mel não me contou sobre a gravidez. Dona Melissa não demorou lá dentro, e voltou com os olhos marejados de lágrimas, acompanhada pelo médico.
Melissa: Quando ela vai ter alta? – perguntou para o médico, ignorando completamente minha presença.
Dr.: Amanhã mesmo. Agora é bom que a senhora volte para sua casa para que esteja bem disposta para buscar sua filha. – ela concordou com a cabeça e se virou para mim.
Melissa: Quero ter uma conversa muito séria com Melanie, você e seu pai amanhã à noite. Chame-o para ir a minha casa e diga que é importante. – dito isso, ela agradeceu ao médico e foi embora.
Chay: Dr., posso vê-la? – perguntei sem saber se ele deixaria, Dona Melissa poderia ter falado para não me deixar entrar.
Dr.: Espere mais meia hora, sim? Garanto que vai querer vê-la acordada. – concordei e ele se afastou. Esperei o tempo estipulado pelo médico e chamei por ele para que me levasse ao quarto da Mel. Ele concordou e andamos pelo corredor, até parar em frente a um quarto.
Dr.: É aqui, rapaz. Ela acabou de acordar.
Chay: Obrigado, Dr.. – disse e abri a porta.

POV MEL
Acordei com um pouco de dor e muita sede, e quando me virei para o lado uma enfermeira me olhava fraternalmente, e ao mesmo tempo com pena. Só aí fui perceber que estava em um hospital.
Mel: O que houve?
Enfermeira: Não se lembra de nada, querida?
Mel: Lembro-me de ter sentido uma dor muito forte e... – parei de falar quando percebi o motivo de estar ali. Meus olhos marejaram e fiquei com muito medo do que poderia ter acontecido. – Me diga que meu filho está bem...
Enfermeira: Sinto muito. – disse e abaixou a cabeça, o que me fez entender o que havia acontecido e chorar muito. – Tem uma pessoa que quer muito te ver. Vou chamar o médico
para trazê-lo aqui. – só podia ser Chay. Lembro-me de estar com ele quando tudo aconteceu... Fiquei esperando por uns minutos até que abriram a porta. Era Chay.
Mel: Chay me abraça. – eu pedi e ele me abraçou forte. Não pude evitar chorar e meus soluços estavam incontroláveis. – Meu filho, Chay. Nosso filho...
Chay: Eu sei Mel. Por que não me contou? – ele me olhou nos olhos.
Mel: Medo de ser rejeitada, de você achar que foi de propósito... – ia dizendo, mas ele me interrompeu.
Chay: Nunca, minha linda. Pena que nosso filho não está mais aqui. – ele beijou minha mão e me olhou sério. – Sua mãe quer falar com a gente e com meu pai amanhã quando você voltar para a casa. Achei muito estranho a presença do meu pai nessa conversa.
Mel: Ela esteve aqui? – perguntei com medo e ele concordou.
Minha mãe esteve aqui e não esperou eu acordar? E por que será que o Sr. Suede tem que participar da conversa que ela vai ter com a gente? Será que ela finalmente vai me deixar ser feliz com Chay? Ou vai me mandar para um lugar longe dele...? Milhares de pensamentos rondavam minha cabeça, até que Chay me olhou preocupado e perguntou:
Chay: Mel, você está bem? Está pálida...
Mel: Estou... Chay acho melhor você ir... Daqui a pouco amanhece e minha mãe não vai gostar de te ver aqui... Conversamos à noite lá em casa, está bem?
Chay: Sim, mas antes... - ele chegou perto de mim e me deu um beijo caloroso, que foi interrompido.
Dr.: Rapaz, você já está há muito tempo aqui. - disse o médico nos olhando.
Mel: Ele já está de saída... Mas antes, gostaria de saber a causa do aborto. - senti um arrepio ao pronunciar essa palavra e senti o choro tomando conta de mim novamente.
Dr.: Melanie, você estava muito nervosa nessa última semana, não é? - eu assenti. - Sua gravidez era de risco, seu útero é fraco e você fez muito esforço durante o primeiro mês, que é o mais comum de acontecer isso, ainda mais com adolescentes. Vamos, rapaz? Ela tem que descansar. - Chay concordou, me deu um selinho e saiu com o médico.

POV CHAY

Saí do hospital e fui direto para a casa. Quando entrei em casa, estava em um silêncio calmo, afinal, era madrugada. Subi as escadas e quando entrei no meu quarto escutei a voz do meu pai.
Saulo: Chay, onde estava?
Chay: O senhor não estava dormindo?
Saulo: Responda a minha pergunta! - ele aumentou o tom da voz. - Onde você estava?
Chay: Eu estava no hospital - queria mentir, mas achei melhor dizer a verdade. - com a Melanie.
Saulo: Melanie? Filha da Melissa Fronckowiak? O que fazia com ela em um hospital?
Chay: Sim, pai. Acontece que mesmo que o senhor e a Dona Melissa tenham nos proibido de nos encontrar, faz quatro meses que nos encontramos escondidos de vocês, e eu estava no hospital com ela porque ela perdeu o meu filho. - ele me olhou espantado. - Nós nos amamos e vocês não vão separar a gente.
Saulo: Está bem... Não vai ser uma briga à toa que vai fazer meu filho sofrer por amor. Por mim vocês podem ficar juntos, mas e a Melissa?
Chay: Ah... É verdade, já ia me esquecendo. A Dona Melissa nos quer na casa dela à noite. Disse que é importante.
Saulo: O que essa louca quer agora? Eu vou. - disse apenas isso e entrou em seu quarto. Eu também entrei no meu e fui dormir. Seria um dia longo...

POV MEL

Mal deu tempo de eu dar uma cochilada e o médico entrou no quarto dizendo que minha mãe queria me ver. Eu estava com medo, mas cedo ou tarde eu teria que falar com ela.
Dr.: Vou mandar ela entrar, está bem?
Mel: Sim, Dr.. Pode chamá-la... - ele abriu a porta e a chamou. Ela entrou e ficou me olhando.
Dr.: Vou deixar vocês conversarem e já venho dar a alta da Melanie. - disse e saiu do quarto.
Melissa: Como você está? - ela perguntou seca, sentando na poltrona ao lado da maca.
Mel: Bem, mãe... Muito triste, mas bem...
Melissa: E quando é que você ia me contar que se encontrava com o Suede e estava grávida dele? - perguntou irritada.
Mel: Mãe, por favor, agora não... - meus olhos já estavam marejados ao me lembrar da criança que perdi.
Melissa: Está bem... Só quero saber uma coisa... Há quanto tempo vocês estão juntos?
Mel: Quatro meses... - disse com receio.
Melissa: Mas você é uma... - ela ia falando, mas o médico entrou.
Dr.: Está tudo certo. A senhora só assina aqui e podem ir embora... - ela assentiu e assinou. Troquei de roupa e voltamos para a casa. Depois daquela conversa ela não me disse nada. Quando entramos em casa eu fui direto para as escadas, pois queria descansar, mas a voz da minha mãe me impediu...
Melissa: Não pense que a nossa conversa acabou... Agora suba que mais tarde a Adelaide te chama... - concordei com a cabeça e fui para meu quarto. Dormi durante horas, e acordei com a empregada, Adelaide, me chamando.
Adelaide: Senhorita, sua mãe te quer lá embaixo.
Mel: Está bem, diga a ela que já vou descer... - disse e entrei no meu banheiro para lavar o rosto. Troquei de roupa e desci as escadas escutando a campainha. Abri a porta e me deparei com Chay e o Sr. Suede parados me encarando. Dei passagem para eles e pedi para se sentarem.
Mel: Mãe, eles já chegaram. - Disse abrindo a porta do escritório dela e percebi que ela estava chorando, olhando umas fotos. - O que houve?
Melissa: Nada. Vamos logo... - disse e saiu da sala com as fotos na mão e me arrastando junto. - Olá, Suede... - disse se dirigindo ao Sr. Suede.
Saulo: Diga logo o que quer Melissa. Tenho coisas importantes a fazer.
Melissa: Ah, claro... Você nunca está disposto a ouvir nada, não é? - eles se olharam profundamente, e eu e Chay nos olhamos sem entender o que estava acontecendo por ali...
Saulo: Pare de me julgar, pois quem nunca quis ouvir foi você... Diga logo, o que quer comigo e com Chay?
Melissa: Contar uma coisa que escondi de todos desde aquela viagem em que nos encontramos há 17 anos atrás, lembra? - ele engoliu em seco e concordou. - Pois bem... Melanie sente-se. - só aí percebi que estava de pé e me sentei... - Vamos voltar um pouco mais no tempo, há 22 anos, quando eu era uma garota de 16 anos, apaixonada pelo filho do meu motorista - ela olhou profundamente o Sr. Suede. - e ele me pediu em namoro para meus pais, mas eles não concordavam... Começamos a namorar escondido e ficamos assim por dois anos, até que ele me traiu. - ela estava com os olhos marejados. - Por que fez aquilo comigo? - perguntou para o Sr. Suede e eu já não acreditava no que ouvia, e Chay parecia tão perplexo quanto eu, pois nenhum de nós se pronunciou. O Sr. Suede tentou falar, mas ela não deixou. - Não se explique. Já se passaram tantos anos... Continuando, minha prima me apresentou Richard, seu pai, Mel, e comecei a gostar dele, apesar de meu coração ainda pertencer ao Saulo. Começamos a namorar e depois de um ano nos casamos. Ele era herdeiro de um empresário muito importante e viajávamos sempre. Até que viajamos para Salvador, e eu descobri que Saulo também havia se casado e morava por ali. Surpreendi-me quando Richard me apresentou Saulo como amigo de seu novo sócio, e ele também demonstrou surpresa. Fingimos não nos conhecer e Richard me contou que a esposa de Saulo estava grávida de 8
meses. Era você que estava a caminho, Chay... Um dia eu estava no hotel sozinha, Richard sempre me deixava sozinha, até que bateram na porta do meu quarto. Quando abri, senti duas mãos urgentes me abraçando pela cintura e Saulo me beijando. Sabia que aquilo era errado, pois agora não éramos só nós dois na história, havia um marido, uma esposa e uma criança que estava por vir. Mas não consegui resistir. Entreguei-me àquele amor do passado de corpo e alma e quando vi já havíamos feito amor, traído nossos companheiros. Eu havia caído em seus braços novamente. Mandei Saulo embora, enquanto ele tentava explicar a traição, mas eu não quis ouvir. Um mês depois descobri que estava grávida, e estava morrendo de medo de Richard não ser o pai da criança. - comecei a chorar ao perceber onde minha mãe queria chegar. - Eu esperei um tempo e peguei um fio de cabelo de Richard e fiz o teste de DNA. Como eu temia, ele não era o pai, mas nunca ficou sabendo disso. Melanie é sua filha, Saulo. - ela se virou para mim. - Chay é seu irmão, Melanie.
Eu não estava querendo acreditar naquilo, como assim irmãos?
Mel: Mãe, me diz que você só está falando isso pra separar a gente... – meus soluços já eram incontroláveis.
Melissa: Eu sabia que vocês não acreditariam em mim, então se vocês quiserem façam o teste de DNA, que ele vai confirmar...
Saulo: É isso que eu vou fazer... Não acredito em você... Você me jurava amor e na primeira oportunidade se casou com um homem rico, sua interesseira...!
Melissa: Não fui eu que traí a pessoa que dizia que amava...
Chay: Pai, você traiu mesmo a minha mãe com a Dona Melissa?
Saulo: Sim filho. Me perdoe. Na verdade eu nunca amei a sua mãe como ela merecia...
Mel: Eu... eu nã... não estou acreditando... Se isso for verdade, eu beijei meu irmão, eu engravidei... – eu estava em choque com a notícia.
Saulo: Melanie, se você não se importar, nós vamos fazer o teste de DNA, sim? – eu apenas concordei e subi as escadas correndo, não queria falar com ninguém... Quando finalmente entrei no meu quarto e pude chorar tudo que segurei, ouvi alguém batendo na porta e abrindo.
Chay: Melanie, você está bem? – ele perguntou com receio.
Mel: Como você acha que estou? Acabei de saber que o homem que me criou e que eu sempre chamei de pai foi enganado pela minha mãe e eu meu pai é outro. Fora a ideia de você ser meu irmão. Nós nos beijamos, Chay. Pior que isso, nós fizemos amor... – o abracei procurando consolo e ele se esquivou. – O que foi?
Chay: Eu não posso ficar perto de você sem te desejar. E se nós realmente formos irmãos, é melhor vivermos afastados. – disse e saiu do quarto... Após alguns minutos, ouvi outra batida.
Marcelo: Posso entrar? – ele perguntou abrindo a porta.
Mel: Deve. – apesar de meu irmão ser mais novo que eu, ele me entendia. Eu o abracei muito forte e ele afagou meus cabelos enquanto eu chorava.
Marcelo: Vai ficar tudo bem, Mel. Eu vim aqui me despedir de você.
Mel: Como assim se despedir?
Marcelo: Vou morar com a tia Rita. Dona Melissa mandou...
Mel: Quando você vai?
Marcelo: Agora. Fica bem, minha irmã. Eu te amo, ta? – ele me deu um beijo na testa e saiu.
Eu dormi rápido e quando vi já tinha amanhecido. Minha mãe entrou no meu quarto enquanto eu estava no banheiro fazendo minha higiene matinal. Quando saí do banheiro, ela chegou perto de mim e segurou minha mão.
Melissa: Filha me perdoa, por favor. Diga que me perdoa. – ela disse chorando.
Mel: Eu falo com a senhora depois... – disse soltando a mão dela. – Eu vou ver se o Sr. Suede já marcou o exame... – saí do quarto sem esperar respostas dela. Passei pela porta principal tremendo de medo... Será que era mesmo verdade? Atravessei a rua e toquei a campainha da casa dos Suede. Chay atendeu.
Chay: O que você quer? – ele perguntou frio e eu não estava o reconhecendo.
Mel: Vim falar com seu pai...
Chay: Nosso pai, você quer dizer... – ele me deu espaço. – Entre. – ele sumiu em um corredor e logo voltou com o Sr. Suede. – O senhor tem visita.
Saulo: Oi Melanie. O que houve? – perguntou preocupado. Chay nos deixou as sós.
Mel: Vim perguntar se o senhor já marcou o exame... E pode me chamar de Mel se quiser. – apesar de ele e minha mãe terem traído meu pai, ele não tinha culpa, nem sabia da minha existência. Resolvi dar uma chance a ele...
Saulo: Ah, claro. O exame já foi marcado para hoje à tarde em uma clínica particular. Eu ia mesmo falar com você sobre isso... – ele chegou mais perto. – Eu sei que está sendo difícil para você, mas se você for mesmo minha filha, saiba que pode contar comigo... Só não posso te pedir para me chamar de pai, pois sei que pai é o que cria. Esteja pronta as três, sim?
Mel: Está bem... Eu venho aqui ou o senhor passa lá em casa?
Saulo: Poderia vir aqui? Não quero dar de cara com sua mãe...
Mel: Claro... Bom, então tchau... – disse e saí da casa dele, indo em direção a minha. É impressionante ver como minha vida mudou depois que vim para o Rio... Entrei em casa e minha mãe já tinha ido trabalhar. Fiquei assistindo TV até duas horas e fui tomar um banho e me arrumar. As três eu já estava na porta dos Suede, esperando o Sr. Suede. Logo nós saímos e ele ia puxando assunto no caminho. A clínica não era muito longe e a coleta foi rápida. O resultado sairia no mesmo dia, pois o Sr. Suede disse que era urgente. Voltamos para a casa, pois a clínica ligaria quando o resultado estivesse pronto. Cheguei em casa e me dei conta que já era para minha mãe ter chegado. Esperei por mais uma hora e comecei a me preocupar, até que recebi uma ligação do celular dela.
Mel: Alô, mãe, eu já estava ficando preocupada com a senhora... – disse com alívio.
XxXx: Me desculpe, senhorita, mas a senhora Melissa Nunes Fronckowiak é sua mãe?
Mel: Sim... O que houve? Quem está falando?
XxXx: Aqui é do hospital, senhorita. Sua mãe sofreu um acidente de carro e o estado dela é grave. Poderia vir aqui?
Mel: Que hospital? – perguntei apreensiva.
XxXx: O Central. Estamos aguardando a senhorita para que possamos conversar sobre a situação da sua mãe.
Mel: Estou indo. Obrigada. – disse e desliguei sem esperar respostas dela.
Saí de casa e fui para a casa dos Suede, pois não tinha quem me levasse ao hospital, que era um pouco longe... Toquei a campainha e uma senhora atendeu.
Carlota: Pois não?
Mel: Eu gostaria de falar com o senhor Suede, é importante. – ela percebeu meu nervosismo e me deu espaço.
Carlota: Sente-se, vou chamar... – disse e subiu as escadas. Logo depois vi o Sr. Suede descendo.
Saulo: Melanie, o que houve?
Mel: Minha mãe sofreu um acidente grave e preciso ir ao hospital. O senhor poderia me levar lá?
Saulo: Claro que sim. – disse e fomos para o hospital. Chegando lá conversei com a enfermeira que me ligou e ela nos levou até o médico.
M: Você é a Melanie?
Mel: Sim, sou eu. Como minha mãe está?
M: O estado dela é grave e não há mais o que fazer. Ela perdeu muito sangue e pegou uma infecção por causa das ferragens. Vou leva-la ao quarto dela. Ela não para de te chamar.
Mel: Ele pode ir junto? – disse me referindo ao senhor Suede.
M: Pode. – disse e nos levou até o quarto dela. Quando entrei me assustei com o que vi. Minha mãe estava com vários curativos e muito pálida. Quando me viu, sorriu e me chamou com a mão, com muito esforço.
Melissa: Que bom que veio, filha. Pensei que não viria. – eu comecei a chorar e beijei a mão dela. Ela viu que o Senhor Suede também estava ali. – Chegue mais perto Saulo. Preciso te pedir uma coisa. – ele se aproximou. – Minha hora está chegando e não quero que Melanie fique sozinha. A família de Richard não vai aceita-la depois de saber da verdade. Eu só te peço para que cuide da nossa filha, por favor. Prometa-me que vai cuidar dela.
Saulo: Prometo, mas não preciso prometer. Você vai sair daqui. – Vi que ele estava chorando.
Melissa: Eu sei que não. Por isso estou te pedindo isso. – ela tossiu. – Outra coisa: Não vou morrer em paz sem antes saber se vocês me perdoam pelo que fiz. Melanie, eu te amo, filha e fiz isso pelo seu bem. Perdoa-me, por favor. – ela disse chorando e lágrimas escorriam pela minha bochecha.
Mel: Claro, mãe. Eu também te amo.
Melissa: Saulo, e você me perdoa? Eu sei que errei, mas eu te amo. Você foi meu único amor. – ela sorriu fraco.
Saulo: É claro que te perdoo. Eu também te amo, você sempre soube.
Melissa: Era tudo que eu precisava ouvir. – dito isso ela começou a tossir muito e parecia estar sufocando. A última coisa que ouvi antes de desmaiar foi o barulho da máquina ao lado da cama, indicando que minha mãe não vivia mais.
Eu fui acordada pelas enfermeiras e o médico me disse que eu tinha que assinar alguns papéis para a liberação do corpo, e o fiz. O Sr. Suede me deixou em casa depois disso para que eu pudesse tomar um banho, enquanto o advogado dele cuidava de tudo. Antes de sair e me deixar sozinha, ele me disse que precisávamos conversar.
Mel: Diga...
Saulo: Sei que não é o momento certo, mas o resultado chegou e deu positivo. – eu fiquei sem reação e ele pareceu ficar também, até que continuou. – Você vai morar comigo e com Chay, pois não pode, sendo menor de idade, ficar sozinha aqui.
Mel: Eu não queria, mas eu não tenho escolha... Eu vou morar com vocês... – disse, com um pouco de medo do que o Chay pensaria, já que ele não estava sabendo nem da morte da minha mãe.
Saulo: Quero que arrume suas malas e vá para lá hoje mesmo. Se quiser, eu te ajudo.
Mel: Se não for incômodo. Tenho muitas coisas... – ele concordou e me ajudou a arrumar minhas roupas. Logo estávamos indo em direção a sua casa, com duas malas imensas que não continham nem metade do meu closet. Ele abriu a porta para mim e eu entrei, escutando Chay descendo as escadas apressado.
Chay: Onde o senhor estava? Estava preocu... – parou de falar quando se deu conta da minha presença. – O que ela faz aqui com essas malas? – perguntou apontando para mim.
Saulo: A partir de hoje, a Mel mora aqui. Estive fora porque aconteceram algumas coisas graves, e tais acontecimentos são a razão de Melanie ter vindo morar aqui.
Chay: O que houve? – ele perguntou intrigado, após perceber a tristeza em meus olhos.
Saulo: Melissa sofreu um acidente grave e não resistiu. Estava com Melanie no hospital resolvendo algumas coisas. – ele se virou para mim. – Vou te mostrar o seu quarto. – disse e me indicou as escadas. Subimos e ele abriu a porta de um quarto que deveria ser o de hóspedes. – Depois você poderá mudar o quarto, está bem?
Mel: Não se preocupe. Está bom assim. – ele assentiu e já ia saindo, quando me olhou de novo.
Saulo: Eu sei que vai ser difícil me aceitar como pai, mas farei o possível para que você fique bem, minha filha.
Tomei meu banho e me preparei para ir ao velório da minha mãe. Fiquei pensando em tudo que ela me disse e em como minha vida seria daqui para frente com um novo pai e mais um irmão. Falando em irmão, o Sr. Suede me disse que já havia comunicado Marcelo sobre o ocorrido e que ele estava a caminho. Saí do meu quarto e desci as escadas para esperar o Sr. Suede na sala. Escutei a campainha e quando me virei para atender, Carlota, a governanta da
casa, abriu a porta, revelando meu irmão. Corri até ele e o abracei forte, deixando as lágrimas caírem livremente.
Marcelo: Mana, calma. Eu também estou sofrendo muito, mas ela não ia querer te ver assim. – disse afagando meus cabelos.
Mel: Estou pensando em como tratei ela hoje de manhã, Marcelo. – disse e me lembrei de como havia a tratado friamente na última vez que conversamos. – Foi a nossa última conversa e eu a tratei muito mal. – disse e meu choro se intensificou.
Saulo: Vamos, Melanie? Já estão transportando o corpo para a capela. – assenti me separando de meu irmão e ele me abraçou forte, um abraço paterno e acolhedor, que foi interrompido pela voz de Chay descendo as escadas.
Chay: Me esperem, eu também vou. – achei que Chay não ia querer ir, pois até agora não conversei com ele e nem fiquei sabendo da sua opinião sobre tudo isso. Ele me abraçou e senti meu coração bater mais forte. – Estou aqui para o que precisar.
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Havia acabado de completar dois meses do falecimento da minha mãe e eu e Chay estávamos a cada dia mais próximos. Como irmãos, é claro. Saulo (eu o chamava pelo nome porque era muito difícil para mim chamar de pai) estava viajando direto e nós ficávamos sozinhos o tempo todo. Estava deitada escutando música quando Chay entrou no meu quarto de repente, todo afobado. Eu me assustei e me levantei da cama, o que fez com que ele se aproximasse de mim. Ele foi chegando perto e pude sentir o cheiro forte de bebida.
Mel: Chay, você bebeu? – disse, tentando me afastar dele, o que se tornou impossível depois que minhas costas tocaram a parede.
Chay: Eu precisava. Muito. Para ter coragem. – dizia se aproximando a ponto de nossas respirações se misturarem.
Mel: Coragem? – ele assentiu. – Pra que?
Chay: Para fazer isso. – então ele acabou com toda a distância que havia entre nós e selou nossos lábios. Era um beijo que passava longe de um beijo calmo. Ele me abraçava pela cintura e eu sabia que aquilo era errado, mas eu não conseguia pensar e logo estava agarrada ao seu pescoço. Ele me prensou contra a parede e pude sentir sua ereção roçando na minha barriga, o que me fez gemer. Ele levou suas mãos à barra da minha blusa e a puxou para cima, tirando-a. Tirei sua camisa e ele me carregou até a minha cama. Chay tirou o restante de nossas roupas e ficou sobre mim, me penetrando de uma vez, e um grito escapou da minha garganta. Nos movimentávamos em sintonia, até que ele gozou, e logo depois foi minha vez.
Acordei sentindo um peso em minha cintura e foi aí que me toquei da burrada que tinha cometido: eu transei com meu irmão... Tirei seu braço de cima da minha cintura com delicadeza para que ele não acordasse, mas não adiantou muito.
Chay: Mel? – ele me olhou confuso e quando viu que estávamos nus se assustou e pareceu se recordar do que havia acontecido há algumas horas. – A gente não...
Mel: Sim, Chay... A gente transou se é isso que você quer saber. E isso não vai mais acontecer. Você é meu irmão e eu não estou acreditando que fiz isso. – as lágrimas começaram a transbordar. – Sai daqui Chay. Eu preciso ficar sozinha. – Indiquei a porta e ele saiu, mas antes de fechar a porta ele me olhou profundamente.
Chay: Me desculpa, Mel. Eu te amo...
Passei o dia inteiro trancada no meu quarto, sem coragem alguma de olhar para o Chay. Saulo chega hoje e como vou olhar para ele depois do que eu e Chay fizemos? Já era quase noite quando escutei o carro dele chegando e saí do quarto, dando de cara com Chay quase batendo na minha porta.
Mel: O que você quer, Chay? – disse com o olhar baixo, pois tinha vergonha de olhar em seus olhos.
Chay: Quero que o que aconteceu fique entre a gente. Por favor, não conta para o nosso pai. – eu assenti, ainda de cabeça baixa, sem falar uma só palavra. – Mel, olha para mim. – ele
segurou meu queixo e levantou meu rosto com delicadeza. Uma lágrima e me segurei para não derramar as outras. – Não quero ver você chorando por minha culpa, por favor não chora. Eu prometo que isso não vai se repetir. – eu assenti e voltei para dentro do meu quarto para lavar o rosto e disfarçar um pouco minha cara de choro. Desci as escadas e ouvi Chay e Saulo conversando na cozinha. Fiquei na porta observando-os e Saulo percebeu minha presença.
Saulo: Oi minha filha, tudo bem? – ele veio em minha direção e me abraçou.
Mel: Tudo sim, e o senhor? Como foi a viagem?
Saulo: Nem tive tempo de conhecer a cidade, por causa do trabalho. – ele pareceu se lembrar de algo. – Falando em trabalho, amanhã um sócio meu vai dar uma festa e quero te apresentar oficialmente. Já comprei um vestido para você com a ajuda de Carlota, e vai ficar lindo em você. – Carlota sempre viajava com ele, e acho que há algo entre os dois, pois ela apoiou bastante ele quando minha mãe faleceu e ele sempre a leva junto com ele.
Mel: Não precisava. Mas de qualquer forma, obrigada. Vai ter muita gente?
Saulo: Na verdade não. Só os sócios e familiares mesmo.
Chay: Eu não quero ir.
Saulo: Porque, Chay?
Chay: Não gosto de ver pessoas mesquinhas e ambiciosas fingindo ser amiguinho de todo mundo.
Saulo: Você vai, e não tem o que querer.
Mel: Bom, eu vou dormir. Boa noite, Chay. Boa noite, pai. – vi um sorriso imenso se abrir em seu rosto e ele me abraçou forte.
Saulo: Boa noite, minha filha.
Acordei no outro dia com um barulho muito alto e me assustei. Desci as escadas correndo e quando vi a origem do barulho quase morri de rir. Meu pai estava no chão com todos os exemplares de livros da estante da sala em cima dele. Ele me viu e começou a rir também.
Saulo: Você tinha que me ajudar ao invés de ficar rindo da minha cara. – ele disse, fingindo estar indignado e saindo debaixo da montanha de livros. – Me ajuda a arrumar essa bagunça? – eu assenti e coloquei uma música para começarmos a arrumação. Depois de quase meia hora tínhamos arrumado tudo e fui tomar banho para almoçarmos. Era tão bom ter um pai novamente. Tomei meu banho e desci para almoçar, sentindo o cheiro da comida da Carlota.
Mel: Carlota o que você está fazendo de almo... – fui entrando na cozinha e falando, mas parei quando confirmei minhas teorias ao flagrar meu pai e Carlota aos beijos na cozinha. Os dois me olharam completamente envergonhados. – Opa, desculpa atrapalhar. Prometo não entrar mais sem bater. – disse séria, como se estivesse chateada, mas segurando o riso por dentro.
Carlota: Mel, não é nada disso você entendeu erra... – eu a interrompi.
Mel: Eu só estava torcendo para que vocês assumissem logo que se gostam. Eu gosto muito de você, Carlota e se for para o meu pai ser feliz, que seja com você.
Saulo: Que bom que aceitou bem Mel. Eu ficaria muito mal se meus filhos não aceitassem. – ele sorriu.
Chay: Aceitassem o que? – perguntou entrando na cozinha.
Mel: Papai e Carlota estão namorando.
Chay: Que ótimo. Torço por isso há sete anos. – todos nós rimos e nos sentamos para almoçar. O restante do dia passou muito rápido, enquanto eu estava no salão fazendo unha, maquiagem e cabelo para a festa. Cheguei em casa quase pronta e troquei de roupa para irmos. Chegamos à festa e me surpreendi com o tamanho da casa. Meu pai tocou a campainha e um senhor atendeu.
Peter: Olá, Saulo. Como vai? – ele se virou para mim. – E essa moça linda, quem é?
Saulo: Olá, Peter. Bom, ela é uma pessoa muito especial, que fiz questão de trazer para apresentar a todos. Ela é minha filha.
 
Depois de todas as apresentações, serviram o jantar e tinha um garoto, que por sinal era muito bonito, que não tirava os olhos de mim. Depois do jantar eu fui para o jardim apreciar a Lua. Me sentei em um banco que tinha lá e senti alguém se sentando do meu lado.
Rodrigo: Oi... – me virei para ele e percebi que era o menino que estava me olhando.
Mel: Oi... Como se chama?
Rodrigo: Rodrigo. Sou filho do Peter, dono dessa casa. Você é a filha do Saulo, né?
Mel: Sou sim.
Rodrigo: Você é muito linda. – senti minhas bochechas queimarem. – Não precisa ficar com vergonha. É verdade. – ele foi se aproximando, até que senti seus lábios nos meus. O beijo não chegou a se intensificar, porque alguém chegou.
Chay: Melanie?

POV CHAY
Estava conversando com meu pai quando dei falta da Melanie. Perguntei a meu pai e ele me disse que ela havia saído para tomar um ar. Ficamos mais um tempinho por ali e meu pai disse que já era hora de ir e me mandou procurar Melanie. Assenti e saí pela porta dos fundos, que dava num jardim enorme. Vi Mel de longe conversando com Rodrigo, e quando me aproximei, eles se beijaram. Aquele beijo me fez transbordar de raiva, e resolvi interromper.
Chay: Melanie? – ela se virou para mim assustada.
Mel: Chay... – ela disse surpresa. – O que está fazendo aqui?
Chay: Vim te chamar para ir embora. Nosso pai está te chamando. – me virei para Rodrigo. – Quem você pensa que é para sair beijando a Mel assim? – disse me aproximando dele pronto para dar-lhe um soco, mas Mel entrou na frente.
Rodrigo: Calma cara!
Mel: Chay, vamos. Não vamos deixar nosso pai esperando. Tchau, Rodrigo. – ela disse pegando no meu braço e sorrindo para ele. Ela foi me puxando até onde nosso pai estava se despedindo de Peter. Quando paramos de andar percebi que Rodrigo vinha atrás da gente.
Rodrigo: Sr. Suede, gostaria de pedir para que o senhor deixe Melanie jantar comigo amanhã. Gostei muito da companhia dela.
Chay: Gostou da companhia dela ou quer continuar o que eu atrapalhei lá fora? – disse com raiva. Meu pai me olhou sem entender. – Eles estavam se beijando.
Saulo: Ora, Chay. Mal ganhou uma irmã e já está sendo um irmão chato e ciumento? – ele disse rindo. – É claro que deixo Melanie jantar com você, contanto que ela queira. – ele olhou para Mel, que concordou. – Só quero que a deixe em casa no horário que vou estabelecer. Bom, está ficando tarde. Boa noite. Até amanhã, Rodrigo. – disse e saímos da casa dos Dorado. – Então quer dizer que minha filha já ganhou um admirador...? – disse sorrindo.
Chay: Não sei por que o senhor deixou. Ele não presta e vai fazer a Mel sofrer. – disse chateado por meu pai ter concordado com tudo isso. Mas na verdade Rodrigo era um ótimo garoto, eu estava sentindo ciúmes. E não era ciúmes de irmão (o que eu deveria sentir), era ciúmes de Melanie como mulher.
Saulo: O Rodrigo é um garoto diferente dos outros garotos, Chay. Senão não teria deixado sua irmã sair com ele. Ele é de confiança.
Mel: Dá pra vocês pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui? – nós nos calamos. – Eu gostei do Rodrigo, Chay. Você não precisa ficar preocupado que eu sei me cuidar. – disse indignada por discutirmos sobre a vida dela. Depois disso, ninguém mais se pronunciou e logo chegamos em casa. Mel subiu as escadas antes de nós e eu e meu pai ficamos conversando na sala. Logo estávamos subindo também, pois amanhã seria um dia longo.
O dia seguinte passou muito rápido, eu e Mel quase não nos falamos e eu sabia que ela estava chateada comigo. Logo depois do almoço saí para espairecer um pouco e fui andar por onde eu e a Mel nos conhecemos. Em meio às lembranças, fiquei ali imaginando como seria se não
fossemos irmãos, se estaríamos juntos, e foi ai que me toquei que quase tive um filho com minha irmã. Acho que foi por causa disso que a Mel perdeu o bebe. Fiquei ali refletindo durante horas, e resolvi voltar para a casa. Chegando em casa vi Carlota subindo com uma caixa em suas mãos.
Chay: O que é isso, Carlota?
Carlota: É o vestido da Mel. Fui buscar agora a pouco. Vou levar para ela porque daqui a pouco o Rodrigo vem busca-la. – disse e continuou subindo as escadas.

POV MEL

Eu estava me arrumando para sair com o Rodrigo, totalmente absorta em meus pensamentos, até que olhei para minha cama e me lembrei do ocorrido com Chay dias atrás. Considerei-me um monstro por estar desejando que aquilo se repetisse. Como poderia amar meu irmão como homem? Foi por isso que aceitei sair com Rodrigo. Sei que é errado usar ele para esquecer, mas ele me cativou e pode ser que eu esqueça. Estava tão perdida em meus pensamentos que nem vi a Carlota entrando em meu quarto.
Carlota: Menina, está bem? – encarou-me preocupada.
Mel: Estou sim. – percebi que ela estava com um embrulho. – O que é isso?
Carlota: Seu vestido. Seu pai me pediu para que eu fosse busca-lo e aqui está. Vai ficar lindo em você.
Mel: Mas não precisava. Eu tenho vários aqui.
Carlota: Mas é seu primeiro encontro com o Rodrigo e você tem que estar deslumbrante. Quer ajuda para terminar de se arrumar? - assenti e ela me ajudou com tudo. Logo eu estava pronta e descendo as escadas, quando ouvi a campainha.
Carlota foi atender a porta e logo vi um Rodrigo deslumbrante na porta, o que mexeu comigo de alguma forma. Quando me viu, ficou totalmente impressionado. Sorriu e veio me cumprimentar.
Rodrigo: Boa noite, Melanie. – me deu um beijo no canto da boca e sorriu.
Mel: Boa noite, pode me chamar de Mel, viu? – sorri e vi meu pai entrando na sala.
Saulo: Boa noite Rodrigo.
Rodrigo: Boa noite, Sr. Suede. – eles se cumprimentaram com um aperto de mão.
Saulo: Bom, agora são 19:00 h, então quero que a traga no máximo as 22:00 h, está bem? Ainda estou dando tempo para jantarem e passearem um pouco.
Rodrigo: Está ótimo. – ele se virou para mim. – Vamos, Mel? – eu assenti e me despedi de meu pai e Carlota. Saímos da minha casa e entramos em uma Land Rover. Rodrigo indicou o endereço para o motorista e fomos conversando até chegar ao lugar, que era lindo.
Entramos no restaurante e Rodrigo já havia reservado uma mesa para nós. Sentamo-nos e fizemos o nosso pedido.
Rodrigo: Há quanto tempo está morando com os Suede, Mel?
Mel: Pouco mais de dois meses. Ainda estou me acostumando.
Rodrigo: Ah, sim... Mas você sempre soube que era filha do Saulo? – neguei com a cabeça e contei toda a história a ele, até do meu envolvimento com Chay antes de descobrirmos tudo. Ele me olhava surpreso e terminei de contar quando vi nossos pedidos chegando. – Me desculpe.
Mel: Por que está pedindo desculpas?
Rodrigo: Não deve ser fácil contar e reviver tudo isso. Eu também perdi minha mãe e sei como é difícil. – ele pegou na minha mão. – Quero que saiba que pode contar comigo sempre, tá? – assenti e começamos a comer. Depois do jantar nós fomos andar um pouco no jardim do restaurante, que era maravilhosamente deslumbrante. Sentamo-nos em um banco e ficamos conversando, até que ele acariciou meu rosto com leveza e tocou seus lábios nos meus. Permiti que ele aprofundasse o beijo e ele passou uma mão para minha nuca e outra para
minha cintura, enquanto minhas mãos se entrelaçavam em seu pescoço. Ficamos ali durante um tempo, até que percebi que já estava na hora de voltar para a casa.
Mel: Vamos? Você não vai querer manchar sua imagem com meu pai no primeiro encontro, né?
Rodrigo: Isso significa que vamos ter outros? – ele perguntou sorrindo enquanto estávamos indo em direção ao carro.
Mel: É claro que sim. Gostei muito de você.
Rodrigo: Mel, eu sei que é cedo, mas queria te perguntar uma coisa.
Mel: Pode dizer, Rodrigo.
Rodrigo: Quer namorar comigo?
Mel: Mas a gente ainda nem se conhece direito...
Rodrigo: Por favor, Mel. Eu gosto muito de você. Sei que estou sendo precipitado, pois te conheci ontem, mas eu realmente não quero deixar você passar. Você é uma garota muito especial e eu realmente quero fazer com que você goste de mim como eu estou gostando de você.
Mel: Está bem. Eu aceito, mas não te garanto nada, está bem? – ele deu um sorriso lindo e voltamos para minha casa. Quando chegamos, ele me acompanhou até a porta. – Bom, eu vou entrar.
Rodrigo: Mel, me passa seu número. – eu digitei no celular dele. – Boa noite... – ele me deu um beijo de tirar o fôlego e entrou no carro. Entrei em casa e meu pai estava no sofá me esperando.
Saulo: Como foi a noite? – ele me perguntou sorrindo.
Mel: Foi maravilhoso, pai. O restaurante é magnífico e tem um jardim esplêndido.
Saulo: Que bom que gostou, filha. Eu quero o melhor para você e Rodrigo é um ótimo rapaz.
Melanie: Pai ele me pediu em namoro. – ele me olhou surpreso. – E eu aceitei. Não queria ter segredos com o senhor.
Saulo: Faz bem, minha filha. Só quero que se cuide, ok? - Assenti e o abracei. – Boa noite, filha. – ele me deu um beijo na testa e subiu as escadas.
Fui tomar um copo de leite para dormir e me deparei com Chay na cozinha, de cabeça baixa.
Chay: Porque, mel?
Mel: Não entendi sua pergunta. – na verdade eu havia entendido, mas ainda tinha esperanças de não ser aquilo que estava pensando.
Chay: Porque aceitou o pedido de namoro daquele idiota? Eu te amo e você também me ama... – senti um aperto no coração ao ouvir isso.
Mel: Chay escuta, nós somos irmãos e isso é errado. O que nós fizemos é incesto, é pecado. Eu só quero o melhor para nós dois e acho que você também deveria arrumar alguém.
Chay: Eu não quero ninguém além de você! – disse aumentando o tom de voz.
Mel? Pois vai ter que aprender a viver sem mim. E se continuar insistindo em tudo isso, serei obrigada a te ignorar e eu não quero isso. Você é meu irmão e eu só quero seu bem. – dito isso subi as escadas correndo, sem esperar respostas, e me tranquei no meu quarto. Deitei-me em minha cama e chorei até dormir, pensando no quanto minhas palavras dirigidas a Chay foram falsas.

POV CHAY

Acordei me sentindo um trapo. Depois de a Mel ter me dito tudo aquilo na noite anterior eu fui beber e perdi o controle. Nem sei como cheguei ao meu quarto. Desci para tomar café e estavam meu pai e Carlota tomando café na cozinha. Será que a Mel ainda não acordou?
Saulo: Bom dia filho. – disse sorrindo.
Chay: Bom dia pai, bom dia Carlota. A Mel ainda está dormindo?
Carlota: Até parece. A menina levantou cedo e foi tomar café com o Rodrigo. – fechei a cara na hora que ouvi aquele nome e me calei.
O restante do dia foi péssimo para mim. Meu pai foi trabalhar e Carlota disse que Mel ia passar o dia com o Rodrigo. Estava assistindo televisão e ouvi a campainha.
Chay: Carlota, pode deixar, eu atendo... – gritei para ela que estava fazendo o jantar. Abri a porta e dei de cara com uma senhora que aparentava ter a idade de meu pai. – Posso ajudar?
XxXx: Estou procurando a senhora Estela Suede. – ela disse meio sem jeito e me perguntei de onde ela conhecia minha mãe e como não ficou sabendo da morte dela, há oito anos.
Chay: De onde a conhece? Ela já faleceu há oito anos...
XxXx: Na verdade eu não cheguei a conhecê-la, mas uma pessoa me disse que os Suede moram aqui e eu precisava tratar de um assunto urgente... – me fitou curiosa. - Você é o que dela?
Chay: Sou filho dela. – ela me pareceu surpresa e ficou pálida. – Está se sentindo bem? – ela assentiu. – Aliás, como se chama?
XxXx: Laura. – ela disse e sorriu.
Chay: Entre. Creio que veio aqui por um motivo importante. Mas terá que esperar meu pai chegar da empresa.
Laura: Eu espero. – indiquei o sofá para que se sentasse e me sentei também. Carlota apareceu na sala e olhou para Laura e depois para mim, como se me perguntasse quem era aquela senhora.
Chay: Carlota, essa é a Laura. Ela veio procurar minha mãe, mas eu disse que ela faleceu. Ela está esperando meu pai para tratar de um assunto importante.
Carlota: Ah, sim... Seu pai vai demorar um pouco. Foi buscar Melanie na casa de Rodrigo. Parece-me que os dois brigaram. – não pude evitar um sorriso no canto dos lábios. Fui abrir a boca para perguntar a Carlota se ela sabia detalhes da briga, mas a porta sendo escancarada me interrompeu. Mel entrou com lágrimas nos olhos e subiu as escadas sem nos perceber ali. Meu pai estava vermelho e parecia furioso. Ele se acalmou um pouco quando viu que tínhamos visita.
Chay: Pai, essa é a Laura. Ela veio atrás da minha mãe.
Saulo: Mas Estela faleceu há anos. Do que se trata? – ele a encarou.
Laura: De um acordo que ela fez com meu pai há cerca de 17 anos. – meu pai se sentou.
Saulo: E que acordo é esse? – meu pai a fitou curioso.
Laura: Vou contar desde o início. Há 18 anos, eu estava ficando com um garoto da minha escola e ele me pressionava tanto que acabei dormindo com ele. Logo depois descobri que estava grávida e quando fui contar a ele, ele pulou do barco e disse que o filho não era dele. Eu vivia apenas com meu pai e quando contei a ele levei uma surra que não vou esquecer nunca. Eu levei essa gravidez até o fim, mesmo sabendo que meu pai não queria ser avô de uma criança sem pai, ainda mais quando eu só tinha 17 anos. Chegando o dia do parto, correu tudo bem, mas depois meu pai entrou no quarto dizendo que meu filho havia nascido morto. Eu entrei em depressão e fiquei assim durante 5 anos. Mês passado recebi um telefonema dizendo que meu pai teve um infarto e queria me ver, pois não havia mais salvação. Meu pai me contou que naquela noite em que meu filho nasceu, uma senhora deu entrada no hospital com as dores do parto reclamando da ausência do marido, mas o filho dela não resistiu. Ele confessou a ela que não queria ser avô e ela, desesperada com medo de perder o marido, ofereceu dinheiro ao meu pai para trocar as crianças. Como meu pai não queria ter uma filha que seria mãe solteira, aceitou e trocou os bebês. Ele disse que o nome da mulher era Estela Suede, e que ele nunca gastou o cheque que ela deu, pois se arrependeu e se deu conta de aquele dinheiro era sujo. Está aqui o cheque. – ela estendeu a mão com um pedaço de papel velho para meu pai, que estava em prantos e eu não estava diferente. Então toda minha vida foi uma farsa?
Saulo: Eu estava com Melissa naquela noite. – disse de cabeça baixa.
Chay: A senhora está querendo dizer que eu não sou um Suede? – disse encarando Laura.
Laura: Eu sei que é difícil para você aceitar tudo isso, mas eu fiquei um mês inteiro à sua procura, e você não sabe a dor que senti durante esses 17 anos achando que meu filho estava morto. – ela disse chorando.
Saulo: Não acredito que fui enganado esse tempo todo! Vou providenciar o exame de DNA para confirmar tudo isso. – disse e entrou no escritório totalmente transtornado.
Chay: A senhora veio de onde? – perguntei curioso a minha suposta mãe biológica.
Laura: Da Bahia. Cheguei ontem e estou hospedada em um hotel aqui perto.
Chay: Hm... Carlota sirva um chá para a Laura, por favor, que eu vou ver a Mel. Estou preocupado com ela.

POV MEL

Eu estava na casa do Rodrigo e estávamos assistindo um filme em seu quarto, até que ele me beijou. Eu correspondi ao beijo, mas ele foi me apertando mais e seus beijos desceram para meu pescoço. Ele começou a tentar tirar minha blusa e eu o impedi, o que o fez tentar de novo.
Mel: Para, Rodrigo. Eu não quero. – disse nervosa, mas ele pareceu não me ouvir. – Rodrigo, para, é sério.
 
Rodrigo: Porque, Mel? Tá tão bom... – ele voltou a beijar meu pescoço, dessa vez com mais força, e eu sabia que ficariam marcas. Eu o empurrei e ele ficou irritado. – Não se faz de santa, dona Melanie, que você não é... Até pro seu irmão você já deu, sua vadia, e comigo vai ser melhor ainda.
 
Mel: EU DISSE PRA PARAR! E NÃO ME CHAMA ASSIM! – lhe dei um tapa na cara e ele me agarrou pela cintura, me deitando em sua cama e se deitando em cima de mim, e por mais que eu me debatesse, ele era mais forte que eu. Ele tirou minha blusa à força e desceu seus beijos para meu colo, enquanto eu chorava. Eu havia perdido todas as minhas forças. Até que a porta foi escancarada, fazendo-o sair de cima de mim e eu suspirar aliviada.
 
Peter: O que está acontecendo aqui, Rodrigo? – vi fúria nos olhos dele, e eu só sabia chorar. Nem forças para me levantar da cama eu tive. Rodrigo abriu a boca para se explicar com o pai, mas foi interrompido. – O que você ia fazer com ela? – ele perguntou e olhou para mim, o que fez meu choro se intensificar. – Melanie, vista sua blusa. Vou ligar para seu pai vir buscá-la. O que vou dizer para meu melhor amigo sobre isso, hein, Rodrigo? Como vou explicar para ele o fato de meu filho quase ter violado a filha dele debaixo do meu teto?
– eu já tinha me vestido e estava de pé. – Venha
Melanie, vamos ao escritório ligar para seu pai.
– Eu assenti e saí do quarto de cabeça baixa, sem coragem de olhar Rodrigo nos olhos. Peter ligou para meu pai e ele disse que viria me buscar o mais rápido possível, mas Peter só disse que eu e Rodrigo brigamos. Logo meu pai chegou e eu chorei em seu ombro como uma criança chora pelo joelho ralado. Ele não fez questão de me perguntar nada, mas quando estávamos saindo pela estrada principal, Rodrigo desceu as escadas gritando.
 
Rodrigo: LEVA LOGO ESSA VADIA DA SUA FILHA EMBORA! EU NÃO QUERO MAIS VER A CARA DELA!
Saulo: OLHA COMO FALA DA MINHA MENINA RAPAZ! – ele estava vermelho.
Rodrigo: VAI ME DIZER QUE ELA NÃO É UMA VADIA? NÃO QUIS DAR PRA MIM, MAS ATÉ PRO IRMÃO ELA DEU! – ele deu uma risada sarcástica. – VAI DIZER AGORA QUE TEM ORGULHO DE SEUS FILHOS TEREM TRANSADO? – depois disso só vi meu pai partindo para cima do Rodrigo, mas Peter entrou na frente.
 
Peter: Sei que está se sentindo ofendido, mas é melhor você não fazer nada de cabeça quente.
Saulo: tem razão. Só não vou fazer nada com esse moleque porque te considero muito. – ele se virou para mim. – Vamos, Melanie! – disse e seguimos até a nossa casa em silêncio total. Ao chegarmos em casa, a única coisa que fiz foi subir as escadas correndo e chorando, sem
perceber que havia umas pessoas na sala. Fiquei chorando sozinha por alguns minutos, até escutar três batidas na porta.
Mel: Entra. – disse com a voz embargada e limpando as lágrimas. Era Chay.
Chay: Tá tudo bem? Carlota me disse que você e Rodrigo brigaram... – disse entrando no quarto e se sentando ao meu lado.
Mel: Ele me disse coisas horríveis, Chay. Ele tentou abusar de mim! – disse e o abracei, chorando em seu ombro.
Chay: Eu vou acabar com a raça desse idiota! – ele disse afagando meus cabelos. – O que ele te disse?
Mel: Que eu sou uma vadia por ter transado com meu irmão. Só porque eu não quis ir pra cama com ele, ele se achou no direito de me insultar e ofender desse jeito.
Chay: Sobre sermos irmãos, há controvérsias...
Mel: Como assim? – encarei-o curiosa.
Chay: Lave esse rosto e desça comigo. Vou te apresentar uma pessoa. – sem discutir, me levantei da cama e fui ao banheiro lavar meu rosto. Depois saímos do quarto e descemos as escadas, e quando estávamos nos últimos degraus, avistei uma senhora muito bonita sentada no sofá conversando com Carlota e meu pai, que ainda estava vermelho.
Saulo: Filha, vejo que está melhor. Chay, porque deixou Laura aqui sozinha?
Chay: Deixei-a com Carlota e fui ver como a Mel estava. Ela entrou chorando e agora estou morrendo de raiva daquele infeliz. - Cutuquei-o para que percebesse que ainda não havia me apresentado à mulher que estava no sofá. – Ah, desculpa, Mel. Essa é a Laura, minha suposta mãe biológica. E Laura, essa é a Mel, filha do meu pai. – percebi que ele não se sentia a vontade para dizer que eu era sua irmã. Mas como assim mãe biológica?
Laura: Olá querida. Você é muito bonita. – ela se virou para meu pai. – Ela também é filha da Estela?
Saulo? Não. Ela é fruto de um relacionamento fora do casamento. Descobri que sou pai dela há alguns meses. – meu pai contou toda a história a Laura, que ouvia atentamente cada detalhe. Depois, Laura me contou o motivo dela estar ali, e fiquei chocada.
Laura: Se Chay é mesmo meu filho, vocês vão poder voltar a namorar. Afinal vocês se afastaram por descobrirem que são irmãos, não é? – assentimos e eu apertei a mão de Chay.
Saulo: Laura, o exame está marcado para amanhã de manhã. Eu pedi urgência.
Laura: Só me passa o endereço e o horário, eu preciso voltar para o hotel. Meu marido está me esperando para um jantar de negócios.
Chay: Ele não ficou chateado da senhora vir atrás de mim? – provavelmente o marido dela não gostaria nada de ter o filho de outro homem morando em sua casa.
Laura: Vamos dizer que ele até me incentivou a vir até você. – ela sorriu e meu pai passou o endereço para ela. – Boa noite. Até amanhã.
Depois que Laura foi embora, ficamos na sala por mais um tempinho e fomos dormir. Será que ela era mesmo mãe de Chay? Se fosse daria tudo certo em nossas vidas agora, apesar de meu pai sofrer pelo fato de Chay não ser filho dele, já que o criou com tanto amor. Adormeci com esses pensamentos rondando minha cabeça, e me perguntando como seria o dia de amanhã.

POV CHAY

Depois de uma conturbada noite de sono, acordei, fiz minha higiene matinal e desci as escadas para tomar café e partir para a clínica. Quando cheguei à cozinha, meu pai, Carlota e Mel já estavam sentados à mesa. Pelo visto, ninguém conseguiu dormir direito com essa confusão toda.
Chay: Bom dia... – disse me sentando e pegando um copo de suco de laranja.
Saulo: Bom dia, filho. Como dormiu?
Chay: Mais ou menos... Fiquei pensando nos acontecimentos de ontem. – Mel, que até agora não havia se manifestado, engasgou com um pedaço de pão quando percebeu do que eu estava falando.
Saulo: Filha, você está bem? – ela assentiu. – Olha como são as coisas, Carlota. De repente eu descubro que tenho uma filha de 16 anos, fruto de um amor do passado, e logo depois descubro que o garoto que eu criei como meu filho não é meu filho biológico, e que minha esposa mentiu para mim a vida toda.
Carlota: Saulo, querido, não fique assim. Chay é seu filho. Se não de sangue, é de criação. Eu sou testemunha de que você foi um excelente pai durante todos esses anos, não é, Chay?
Chay: É claro, pai. Não vejo porque o senhor ficar nervoso. – eu disse e voltamos a comer. Depois de terminarmos o café, ficamos conversando por um tempo, até que deu o horário de ir para a clínica, e antes de sair, dei um abraço bem forte em meu pai. – Não importa se é de sangue ou não, o senhor vai ser sempre meu pai e meu herói. Te amo! – disse e uma lágrima escorreu de seus olhos. Melanie observava a cena de longe, mas dava para ver o quanto ela também estava emocionada com tudo isso. Ao chegarmos à clínica, Laura estava nos aguardando, e a coleta foi rápida. O resultado sairia no dia seguinte. Convidamos Laura e seu marido para um almoço em nossa casa, e eles aceitaram de bom grado. Chegamos em casa e ficamos esperando o almoço ficar pronto, enquanto Laura via algumas fotos minhas de quando era criança. Ela parecia tão encantada a cada foto, e eu via um vestígio de lágrimas em seus olhos.
Laura: Estive pensando em me mudar para o Rio, amor. – disse para Robert, seu marido, que me pareceu gente boa. – Mas tem que ser aqui perto. Não quero que Chay fique longe de seu pai de criação. Afinal, Saulo cuidou muito bem de meu filho.
Saulo: Melanie está vendendo a casa da frente, Laura. A casa está desocupada há quase três meses. – ele olhou para Mel, que pareceu um pouco temerosa com a ideia de vender a casa de sua mãe.
Laura: Você quer vender a casa, Melanie? – ela perguntou, percebendo que Melanie não estava à vontade com esse assunto.
Mel: Quero sim. Meu irmão me ligou semana passada e precisa de dinheiro, já que minha tia está viajando. E Laura, pode me chamar de Mel. – ela sorriu.
Laura: Maravilha! Podemos resolver isso o mais rápido possível, pois ainda estamos em um hotel. A casa já é mobiliada, Mel?
Mel: É sim, aliás, eu não mexi na casa depois da morte de minha mãe, só foram retirados de lá os objetos pessoais. A casa também não está empoeirada, pois meu pai paga nossa antiga empregada para dar uma geral nela de vez em quando. E já que você não conhece quase ninguém no Rio, posso indica-la para você. Ela sempre trabalhou com a gente, e como não tem família, sempre se mudou com a gente.
Laura: Perfeito! Passe-me o valor da casa que a compraremos! – ela olhou para Robert. – Está de acordo, amor?
Robert: Estou sim, amor. Vai ser bom morar no Rio... – Depois de mais alguns minutos de conversa e de Mel passar o valor da casa para Laura, fomos almoçar. Após o almoço, Laura foi com o marido ao banco para depositar o dinheiro na conta da Mel. Mel disse que não havia problema em receber o dinheiro na conta, pois ficaria mais fácil de passar para Marcelo. Meu pai estava cuidando da parte legal, transferindo a casa para o nome de Laura. Laura se mudou naquela mesma noite, e amou a casa e a decoração. No dia seguinte o resultado do exame chegou, e como o esperado, eu era mesmo filho de Laura. Ela me disse que se eu quisesse, poderia continuar morando com meu pai, já que ela estava ali na casa ao lado. Decidi ficar em casa mesmo, pois seria difícil me acostumar com minha outra família assim de cara. Passei o dia com minha mãe, passeando e tomando sorvete, como ela sonhou em fazer quando eu era criança. Estávamos caminhando por onde Mel e eu nos conhecemos, e sorri instantaneamente, me lembrando daquele dia.
Laura: Está sorrindo assim por quê?
Chay: Estou me lembrando do dia em que conheci Mel.
Laura: Você ama a Mel, né, filho?
Chay: Amo. Com todas as minhas forças. A senhora não sabe o quanto foi difícil desistir desse sentimento quando descobrimos que éramos irmãos.
Laura: Mas agora vocês podem recuperar o tempo perdido, Chay. Não tem mais nada que impeça vocês de ficarem juntos. – ela sorriu maternalmente, e seu sorriso me incentivou.
Chay: Vou falar com ela hoje. – disse decidido. Ficamos ali por mais um tempo, e voltamos para a casa. Ela me deu um beijo na testa e entrou em sua casa. Entrei em casa e Mel estava assistindo televisão sozinha na sala. Sentei-me ao lado dela e ela me olhou sorrindo.
Mel: Como foi passar o dia com sua mãe?
Chay: Foi ótimo. Fomos naquela sorveteria onde nós demos nosso primeiro beijo. – ela enrijeceu, e seu pensamento pareceu ir longe. – Mel?
Mel: Oi, Chay...
Chay: Você quer recomeçar? Não precisamos mais esconder o que sentimos. – ela assentiu, e nos aproximamos. Nossos lábios se tocaram e eu pedi passagem, que foi facilmente cedida. Nossas línguas se movimentavam em sintonia, e nos afastamos quando ouvimos a porta bater.
Saulo: O que é isso? – perguntou irritado.
Mel: Pai, não é... – ela foi interrompida pela gargalhada de meu pai que ecoou por toda a sala.
Saulo: Vocês acharam mesmo que eu fiquei chateado? Eu quero que vocês sejam felizes. Eu amo os dois. – ele sorriu e nos abraçou.
Chay: Sendo assim, Mel, você quer voltar a namorar comigo?
Mel: É claro que sim, Chay. – ela sorriu e nos beijamos. Acho que agora sim nós seríamos felizes.

POV MEL

Já fazia dois anos que estávamos namorando, e hoje eu diria a Chay e motivo de meus enjoos dessa última semana. Sim, eu estava grávida. Chay me disse mais cedo que iríamos a um restaurante, pois era um dia especial. Despertei de meus devaneios quando escutei Chay batendo em minha porta, dizendo que estava na hora de sair. Fomos ao restaurante e fizemos os nossos pedidos. Quando eles chegaram, mal pude sentir o cheiro da comida e corri para o banheiro. Quando voltei, Chay me olhou preocupado.
Chay: Mel, você tem que ir ao médico para ver o motivo desses enjoos.
Mel: Eu já fui, Chay.
Chay: E o que ele disse? – ele me encarou preocupado.
Mel: Que daqui oito meses a família Suede terá mais um componente. – o sorriso que Chay deu me fez gargalhar, e logo ele se ajoelhou na minha frente. – O que você está fazendo?
Chay: Mel, já enfrentamos vários obstáculos desde que nos conhecemos, mas o fato de estarmos aqui hoje, comemorando dois anos de namoro, e você estar esperando um filho meu, prova o quanto nosso amor foi mais forte que tudo. É por isso que me orgulho de estar aqui, te pedindo de joelhos, para que seja minha esposa. – uma lágrima caiu. – Mel, quer casar comigo? – todas as pessoas que estavam no restaurante aplaudiram, e depois me encararam, esperando minha resposta.
Mel: É claro que sim. Eu te amo. Aliás, - passei a mão na minha barriga. – nós te amamos! – nos beijamos e recebemos mais aplausos. Nada atrapalharia nossa felicidade.

Essa história, diferente das outras, não terá um final feliz, pois o amor verdadeiro não tem final, ele é ETERNO!!!


VEM POR AI A 2ªtEMPORADA DE Forbidden Love

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