segunda-feira, junho 10, 2013

 PRO DIA DOS NAMORADOS


    Crônicas do Amor (Arnaldo Jabor)

 Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta
        O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
       Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

    Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

   Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

    Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

      É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

    Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.



Você me conhece, e sabe que eu não sou assim o tempo todo. Eu surto mesmo, falo mesmo, brigo mesmo. Não é por mal sabe? Mas as vezes as coisas saem do eixo, e eu me estresso. Sabe quando eu te mando uma mensagem no celular e você demora pra responder? Porra, isso me irrita pra caralho! Porque não pega o celular e me responde? Diz um: Espera ai, já respondo. Qualquer coisa! Um “To cagando”, “to mijando”. Mas me responde, porra! Eu sei que sou meio doida, meio louca. Mas você não pode negar que eu te amo, de um jeito meio sem jeito, mas eu te amo. E amo muito. Odeio você algumas vezes, mas depois te amo mais. Você não pode reclamar de mim o tempo todo. Essa minha loucura, é por sua culpa. Eu não era tão surtada até te conhecer. Você me tira do sério. Eu mal sabia cuidar de mim, agora imagina o que é pra mim, toda atrapalhada, maluca, lerda e chata, cuidar de duas pessoas. Porque cá pra nós, você é bem idiota né amor? Você é tão idiota que se apaixonou por mim. Porque cara, eu nunca se apaixonaria por mim. Às vezes, quase nunca, me olho no espelho e me sinto uma princesa. Meio assustador, porque eu to mais pra madrasta da Branca de Neve. Ai você foi e me amou, e o pior de tudo, me chama de linda, de princesa, de boneca. Ai eu não resisto e falo logo “a noiva do chucky né?”. Você me faz rir demais. Me faz te odiar também. Eu sei que já disse isso, mas eu odeio a forma que me sinto presa a você. Odeio o poder que você tem sobre mim. Você é um chato. Você podia ser menos charmoso, menos lindo, menos legal, menos carinhoso. Ai eu não te amaria tanto. Odeio essa coisa de você me ter nas mãos. Porque sei lá, dá um medinho sabe? Aquele medo de te perder. Você sabe que sou meio psicopata, sou capaz de achar até que uma mosca vai te roubar de mim. Posso até ser julgada como insegura, ou paranoica. Mas eu não posso deixar o que é meu assim, livre, sem os meus cuidados. Quem ama cuida, protege. Protege mesmo. Protege das galinhas. O que está incluído suas amigas, colegas, conhecidas. Qualquer pessoa do sexo feminino que não seja sua mãe e sua irmã. Tirando elas meu querido, se mexer contigo eu viro o bicho. Você ri quando eu falo assim, acha bonitinho meu ciúme. Não acharia tão bonito se eu tivesse a coragem de matar alguém. Mentira. Coragem eu até tenho, só não tenho é uma arma. Porque eu já disse? Eu disse né? Que você ta me deixando louca? Já! claro! E repito: Você me deixou louca, desde a primeira vez que eu te disse “oi”. É incrível isso porque eu nunca fui assim, não tinha essa sabe? Essa de cuidar dos outros. Era primeiro eu, segundo eu, e terceiro, ai sim, em terceiro eu também. Porque até conhecer você, eu era egoísta demais pra pensar em cuidar de outro alguém. Por sua culpa eu fiquei assim, meio idiota, que nem você. Meio besta quando te vejo, meio boba quando percebo seu sorriso, meio sem jeito quando você me elogia. E me disseram uma vez, que o nome disso é amor. Pois é, posso ser doida, chata, insistente, bobona. Bobona, como você diz né? “Grande, grande e boba”, posso ser tudo isso e um pouco mais. Mas de uma coisa eu tenho certeza, ninguém te ama como eu. E pelos meus cálculos, esse amor não tem data de validade. Eu posso dizer, que é muito mais que amor.

Motivo do meu sorriso.


Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.

Caio Fernando Abreu


Vou sonhar, imaginar você ao meu lado, nossas mãos entrelaçadas, seu olhar vindo em minha direção com aquele brilho que me doma, vou torcer e esperar que tudo de certo entre nós. Tu estas mais perto do que pensas, faz morada em minha mente e no meu coração.


Ele é diferente, sempre foi, eu acho. Eu duvidava dele, mas no fundo eu sabia que ele era diferente, eu soube disso no instante em que eu o vi pela primeira vez. Ele não me abandonou quando eu desabei, e mesmo quando eu achei que eu não tinha mais ninguém, ele sussurrou no meu ouvido: “Estou aqui com você” e me abraçou. E acho que foi a primeira vez que eu me senti segura.


Me fiz frio, pra você me esquentar.
Me fiz de criança, pra você me mimar.
Me fiz de fraco, pra você me cuidar.
Me fiz de amor, só pra você me amar.
Querido John


E eu não tenho ninguém pra ligar na madrugada, dizer: tá doendo pra caralho, vem me ver. Ninguém pra atravessar a cidade por mim.


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