segunda-feira, agosto 27, 2012

Cap.XXIV– Carla e Tómas / Gravando

*Narrado por Chay
Mel desceu as escadas do porão já incorporado a personagem.
- Sozinhos? – Disse ela sentando na poltrona.
- Sozinhos. Rola?
- Ah, eles já devem estar chegando.
- Carlinha, não se faz de difícil, tá? – Ela sorriu.
- Só um beijo? – Disse ela se levantando e sentando do meu lado.
- Só um beijo.
Nos beijamos intensamente. Esquecemos das câmeras, do diretor da maquiadora, de tudo. Minhas mãos envolviam seu corpo aproximando meu rosto do seu.
O ritmo parecia perfeito, um só embalo, como se fossemos um só corpo. A emoção que ela me causava revelava calafrios o que não diminuía a vontade nem a intensidade do beijo.
Barulho na escada. Hora de parar. Momento triste.
-Hey. – Disse a Lua, parando atrás do sofá. Nossos corpos se afastaram, parecendo incompletos.
- O que foi Roberta? Só você e o Diego podem se agarrar por ai? – Eu disse tentando parecer bravo.
- Não, só que agora é hora de ensaio, fora desse horário vocês podem fazer o que bem quiserem.
- Nossa Roberta, o que te mordeu hoje? – A Mel fez sua parte.
- Nada.
- Cadê o Diego? – Eu perguntei.
- Não sei. Eu não to pregada nele.
- Ah saquei. –Disse olhando pra Mel.
- Tá explicado. – Ela respondeu ao meu olhar.
O Micael já estava subindo as escadas.
- Vocês não vem não? – Disse a Sophia indo atrás dele.
- Não. – Eu disse meio rindo pra Mel.
Quando finalmente ficamos a sós ela disse:
- Hey, vem aqui. – Me puxando para mais perto de seu corpo.
- Tô indo já. – Disse meio rindo.
Ela me beijou passando suas mãos pelo meu pescoço. Abracei-a, deixando nossos corpos mais perto. o encontro de nossas bocas me causou um choque de inicio, que depois se transformou em energia, fortalecendo ainda mais o beijo e o momento. Por um instante esqueci de tudo, novamente perdido no tempo e no meu mundo encantado.
Começamos a nos afastar, já que não podíamos prosseguir dali. Ela sorriu meio de lado, tentando disfarçar o que eu já sabia: aquele beijo diminuiu nossa saudade.
- Então, já estão dispensador meus pequenos. – Disse o Ivan.
- Tá – eu disse me levantando. – já vou indo.
- É, e também. - a Mel se pós em pé e seguimos andando em direção aos camarins.
- Até que agente foi bem. – eu disse, quando entramos no corredor vazio.
- Pra duas pessoas que estão namorando, ate que fomos bem
- Quem tá namorando? – fiz só pra implicar.
- Quer disser que tudo… não vale nada? – ela disse, meio irritada.
- Tava só brincando princesa. – não resistir a soltar um sorriso, quando notei a reação dela.
- Te odeio.
- Serio?
- Não. – Disse ela, me dando um beijo. –Você é um bobo!
- Tô começando a ficar mesmo. Você me deixa bobo.
- Eu vou trocar de roupa. Partiu pra casa?
- Pode ser pra minha?
- Você tem que me levar em casa, esqueceu? Eu to sem carro.
- Dorme lá em casa hoje? – As minhas segundas intenções eram explicitas nessa frase.
- A gente vê isso na hora de ir. – Disse ela parando na porta do camarim.
- Quando estiver pronta me liga.
- Tá, a gente se encontra no carro. – Assenti com a cabeça e ela entrou.


Cap. XXV – Ponto Fraco


*Narrado por Melanie
O camarim estava vazio. As meninas deveriam estar gravando. O único barulho era o do relógio que fazia o seu tic-tac em paz. 19:40. Troquei de roupa, peguei minha bolsa e apanhei o celular. Procurei o nome do Chay na lista de contatos. Um dos primeiros, e coloquei pra chamar.
- Oi princesa. – disse ele, em uma voz doce.
- Oi, eu tô pronta.
- Tá, quer que eu te espera no camarim?
- Não, agente se encontra lá no carro.
- Tá bom, te vejo no carro.
- Tchau.
Fim de Chamada.
Já parou pra pensar como as coisas mudaram da semana passada pra cá? Eu estava indo embora sozinha, e só me preocupava com o que jantar. Agora, estou preocupada mais com onde dormir. Eu deveria ser mais forte. Não consigo dizer ‘não’ pra ele. Pior, não consigo disser não pra mim.
Fechei a porta do camarim, quando me virei a Lua estava lá, me olhando.
- Não fala mais não? – alfinetei, com o susto.
- Não, tava dando um tempo pra minha boca. – ela riu. – mas, aonde a senhorita esta indo?
- Embora.
- Vai fazer o que hoje?
- Lua?! – já estava me sentindo irritada com ela me atrasando.
- Tá bom, mais tarde eu passo lá.
- Lua! – ela só podia estar me testando.
- Já saquei. Vai logo, ele tá te esperando – ela riu de novo.
- Tchau. – me virei antes que ela resolvesse puxar mais assunto.
- Tchau.
Ela havia descoberto meu ponto fraco. Não iria me deixar em paz tão cedo. Cheguei no estacionamento em um tempo record. Avistei o carro e o meu príncipe parado do lado de fora, olhando pro tempo.
- Demorou princesa.
- A Lua que ficou me atrasando no corredor.
- Tem nada não – entramos no carro – mas, já sabe pra onde vamos?
- Vamos pro meu apê primeiro.
- Só pra pegar suas coisas, né?
Aquele sorriso dele me fazia aceitar qualquer coisa, e agora, me fazia sorrir também.
- O que foi? Não quer ir pro meu apê não? – ele falou, voltando ao estado neutro.
- Não, não é isso. É só esse seu sorriso que me matar – agente riu.
Ele ligou o carro, e nós saímos de lá. Eu estava rindo com os meus pensamentos. Dormir com ele essa noite me abria um mundo de coisas. Alegria, ansiedade, agonia, felicidade, emoção, paixão… Quando paramos no sinaleiro ele ficou me olhando e rindo, o que me despertou curiosidade.
- O que foi? – ele riu novamente
- Tá ansiosa? – o sinal abriu
- Não. – menti. – por quê?
- Eu to. – ele sorriu
- Tá bom, eu tô ansiosa, me matando por dentro. – não conseguia mentir pra aquele sorriso – agora some com esse sorriso senão eu vou acabar falando demais.
Ele riu novamente, e seguimos em silencio. Eu estava tentando controlar meus pensamentos mas ele estava em todos eles…


Cap. XXVI – Passagem Rápida


*Narrado por Chay
Eu estava perceptivelmente ansioso. Ter a minha princesa só ora mim trazia um mar de emoções misturadas, que me fazia sorrir.
- Sobe comigo? – a Mel disse quando chegamos no estacionamento do condomínio dela.
- Subo sim. – como dizer não? Ela conseguia me encantar em qualquer momento. Alias, eu pretendia me aproveitar desse momento sozinho com ela.
Saímos do carro e fomos em direção ao elevador. Entramos, e ele estava vazio. Quando as portas se fecharam, coloquei meus braços em torno de seu corpo, rendendo-a contra a parede.
Ela sorriu, o que confirmou sua acepção a minha idéio. Meus braços se envolveram em torno de sua cintura, e os dela em meu pescoço. Nossos corpos se aproximaram causando uma fusão em forma de beijo.
O sinal do vigésimo andar soou como um aviso, que era hora de parar. Obedecemos. Nos afastamos e demoramos um instante pra lembrar que deveríamos sair.
Entramos no apartamento. Ela jogou as chaves na mesinha.
- Espera só um momento, que eu já volto.
- Tá bom.
Ela foi em direção ao quarto e fechou a porta. Sentei-me no sofá e a minha imaginação tomou conta. Minha casa. A Mel. Eu. Sozinhos. As idéias me afrontavam.
- Pronto. Partiu? – disse ela parando atrás de mim.
- Partiu.


Cap. XXVII – As incerteza


*Narrado por Chay
Já estava quase chegando no meu apê. A Mel se recobria com o silencio. Não ia rolar com esse clima tenso entre agente.
- Mel, ta tudo bem?
- Tá. Eu só…- ela olhou para baixo, como se estivesse envergonhada de alguma coisa - não acha que agente ta indo rápido demais?
- Há, pra mim não. Eu sempre tive certeza do que eu queria. De namorar você.
- Eu to falando de hoje.
- Mel, essas coisas… – não queria deixar ela assim, em duvida – só acontecem se as duas partes estão afim.
Ela não disse mais nada. Entrei no condomínio e estacionei o carro. Saímos dele ainda em silencio. Ela pegou minha mão, dando um sorriso lindo.
Subimos o elevador e chegamos no meu andar. Mãos dadas e silencio, era esse o estado que nos encontrávamos.
Ela estava com uma mochila de costas. Entramos, e eu acendi as luzes, ela pareceu espantada.
- O que foi?
- Ta arrumado?!
- É. Vamos vai querer jantar?
- Você vai cozinha?
- Uai… – ela sabia que eu não levava o menor jeito na cozinha.
- Vamos pedir alguma coisa.
- Pizza? – eu sabia que ela gostava de massas.
- Perfeito! Pode ser Califórnia?
- Claro.
Peguei o telefone e pedi a pizza, enquanto ela sentava no sofá.
- Pronto. – fui indo em direção a ela.
Quando cheguei frente a frente com ela, puxei pelo braço, a confortando pela cintura. Ia beijá-la, quando ela me interrompeu.
- Apressadinho hen? – sorri.
- Sobremesa antes do prato principal? – ela riu
- Serve só um apetitivo? – nós dois rimos.
- Melhor que nada.
Nos beijamos; sua mão logo subiu pro meu cabelo, se entrelaçando entre os fios. Meus braços, ainda em sua cintura, eram o apoio a sua coluna reclinada.
Tim, Tim…
O interfone quebrou todo o momento e o clima. Nossos rosto se afastaram, mas continuamos abraçados.
- Prato principal. – eu disse, e ela sorriu novamente. Depois nos soltamos e fui atender a porta.


XXVIII- Dor de Cabeça


*Narrado por Melanie
Ele atendeu o interfone e em alguns instantes ele estava abrindo a porta e pegando a caixa e uma sacola. Colocou as coisas em cima da mesinha de centro, e nos sentamos no tapete.
- Pratos – ele falou, como se estivesse lembrando; levantou e foi ate a cozinha.
Logo depois de pegar os pratos, e voltar pra sala, ele colocou os dois pratos, e os quatro talheres na mesinha, junto com uma espátula. Em seguida, ele abriu a caixa. Confesso que a combinação de fome e cheiro de pizza foi ótima. Ele colocou um pedaço em cada prato.
- Quer suco? – ele falou abrindo a caixa de suco de uva.
- Quero sim.
- Há, os copos… – ele se levantou de novo e foi de volta na cozinha. Quando ele voltou com os copos, sentou no tapete e colocou suco nos copos.
- Bom apetite – eu disse, começando a comer a pizza.
Minha cabeça começou a doer nas ultimas garfadas do terceiro pedaço. Acho que ele tinha exagerado no tamanho da pizza. Parei de comer colocando os talheres em cima do prato junto com o resto de pizza. Me reencostei no sofá, ele ainda comia com os olhos fixos no prato.
- O que foi princesa?
- Nada, só… – eu sabia que ele entenderia como uma desculpa, mas minha cabeça doía muito, de verdade.
- Só…?
- A minha cabeça tá doendo.
- Quer um analgésico?
- Não precisa.
- Quer ir deitar?
- Acho que seria bom. – ele me pareceu desapontado.
- Vou arrumar a cama. – ele disse se levantando.
- Pode deixar – segurei e seu braço – eu arrumo.
- Vou te ajudar – e me levantei
Ele seguiu em direção ao quarto. O quarto dele. Entramos, e por alguns segundos me perguntei o porquê da cama de casal.
- Então, agente dorme aqui? – disse esperando ele confirmar o que queria.
- Você disse “agente”, então eu posso dormir com você?
Sinceramente, seria crueldade ma minha parte impedir que ele dormisse ali, até porque aquela era a cama dele, e ele não teria o que queria…
- Se for pra dormir pode…
- Dormir. – ele repetiu as palavras como se fosse fazer elas entrarem na sua cabeça.
- Pelo menos até a minha cabeça parar de doer. – ele deu aquele sorriso que arrasa o meu coração.
Ele me deu um beijo, que como sempre, não tinha hora pra parar, já que quando nos beijávamos parecia que o tempo não passava… ou agente esquecia dele, sei lá.


XXIX- Sono Perdido


*Narrado por Melanie
A cama já estava posta, peguei minha mochila e fui ate o banheiro me trocar. Uma blusa branca de bojo com um sapinho e um short verde; eu queria saber onde eu estava com a cabeça quando pequei essa roupa.
Coloquei a mochila em cima da pia e , com aporta já fechada comecei a desfazê-la, a procura de pelo menos um hobbi apresentável. Encontrei ele perdido no fundo da mochila, mas percebi que ele não iria ajudar em nada, já que o mesmo era transparente com as beiradas de rendinha. A única coisa notável naquela peça desperdiçada, alem da rendinha era a etiqueta roxa da Victoria Secrets, que o deixava menos aceitável.
Estressada, agoniada e com a cabeça explodindo de dor. Procurei na mochila minha caixinha de remédios. Quando achei, vasculhei em busca de um analgésico. Não tinha, mas pude perceber a quantidade de calmantes que tava ali.
Onde eu estava com a cabeça quando arrumei essa mochila? Fui tomada pelo desespero. Não podia deixar essas coisinhas me vencer. Coloquei o “pijama”, escovei meus dentes, penteei meu cabelo e estava pronta.
Mas pra finalizar e garantir que me manteria calma, peguei dois calmantes e engoli a seco. Não ia dar chance ao nervosismo de novo. Coloquei o hobi e guardei meus pertences de volta na mochila.
Abri a porta e sai, como quem estivesse passado seus últimos 20 minutos pensando na vida. Cheguei no quarto e o Chay já estava deitado com as mãos atrás da cabeça, olhando pra algo eu nada no teto.
Soltei a mochila atrás da porta e fui me deitar.
- Boa Noite. – eu disse me deitando e puxando a coberta.
Ele apagou a luz, e percebi que se virou pra mim, como se estivesse me olhando.
- Boa noite princesa.
Esperava que o sono visse logo, já que tinha tomado dois calmantes. Engano meu, o sono não apareceu, me deixando cada vez mais dispersa dele.
- Chay! – chamei baixinho não resistindo a tentação de saber se ele já tinha dormido.
- Tá acordada princesa?
- Perdi o sono…
- Quer fazer alguma coisa?
- Tipo? - eu disse rindo.
- Ainda esta com dor de cabeça?
- Não, já passou.
Ao final da frase ele já estava me beijando. Nossos corpos se aproximaram e eu senria o calor de sei corpo saindo pelos poros.

XXX- Intimidade


*Narrado por Chay
Ela era tudo que eu queria agora. Em um movimento rápido, suas mãos puxaram minha camisa. Já estávamos sentados na cama; a posição anterior não era mais confortável. Puxei sua blusa com uma facilidade clássica mas não na mesma velocidade que ela havia tirado a minha.
Os movimentos seguintes foram involuntários, feitos entre beijos. Quando estávamos completamente livre das roupas, a empurrei na cama.
Um encaixe perfeito de nossos corpos. O seu gemido baixo e abafado no meu ombor provocava o ato mais prazeroso. Afundei minha cabeça em seu pescoço. Um momento longo de prazer e magia que teve seu final consumado.
*Narrado por Melanie
O gozo barrado ante meu corpo me fez arrepiar. Em alguns instantes nossos corpos já estavam separados.
- Eu te amo – ele cochichou no meu ouvido.
- Eu também te amo – completei a frase selando com um beijo.
O sono apareceu e com meu cansaço fui rendida.
- Vou dormir.
- Agora sim - nós rimos – boa noite.

XXXI - Inconsciente


*Narrado pro Melanie
Acordei e não vi o Chay ao meu lado. Minha cabeça doía muito e minha visão estava um pouco embaralhada. Após alguns instantes as coisas começaram a ficar mais compreensíveis. O Chay deveria estar no telefone em algum cômodo próximo dali.
Esperei alguns segundos pra me levantar. Quando enfim me coloquei sentada, o Chay apareceu a porta.
- Bom dia princesa! Tudo bem? – a entonação dele me parecia preocupado.
- Bom dia ! Só a minha cabeça que ta doendo um pouco, mas porque?
- Nada, é que já passou das oito horas, e você quase nunca acorda depois disso.
- Que horas são?
- 11:37.
Me pus em pé rapidamente, o que trouxe outra tontura. Eu nunca conseguia dormir até as nove horas, mesmo muito cansada, e agora já passa das onze.
- O Ivan ligou pra avisar que não vai ter ensaio da banda hoje. – ele disse se aproximando – eu já estava ficando preocupado
- É. – foi única coisa que consegui disser. Estava em estado de choque.
Minha cabeça ainda doía, e eu estava levemente tonta. Pequei minha escova no bolso da mochila, enquanto o Chay ainda me observada imóvel. Coloquei um vestidinho verde, que também estava na mochila, já que meu estado era meio inadequado.
- Eu vou escovar. – falei já segurando a pasta e a escova.
- Tá, usa o banheiro da suíte. Eu vou arrumar o café.
- Tá bom.
Fui em direção ao banheiro e ele a cozinha. Fechei a porta, e comecei a escovar os dentes. Escovei, e penteei meu cabelo e aquela tontura só alimentou. Lavei meu rosto com esperança de melhorar, mas não adiantou. A tontura foi ficando mais forte, eu já não conseguia me firmar em pé.
Fui em direção a porta, com o intuito de me sentar na beirada da cama, mas não consegui alcançá-la. Me sentei no chão, ao lado da porta. Uma fraqueza horrível tomou conta de mim.
- Chaaaay ! – gritei antes de apagar.
- Princesa…
Foi só o que eu ouvi. Estava desmaiada, totalmente inconsciente.

XXXII – Perdido e Desolado.


*Narrado por Chay
Quando á vi sentada no chão, chamando o meu nome, senti o meu coração se despedaçando. Peguei ela no colo e coloquei na cama. O desespero tomou conta. Eu nunca tinha presenciado alguém ficar inconsciente, sozinho. Precisava ligar pra alguém.
A Sophia; claro. Ela poderia me ajudar. Quer dizer, eu contava com isso.
- Alô – disse uma voz calma do outro lado do telefone.
- Sophia, me ajuda. – as palavras saíram quase chutadas.
- O que aconteceu?
- A Mel desmaiou e eu não sei o que eu faço.
- Calma – ela também pareceu nervosa – tem álcool ai?
- Tem sim; mas pra que álcool menina?
- Pra ela despertar. Vai pegar logo ou.
- Tá – levantei da beirada da cama e fui ate o armário da cozinha e peguei o vidro de álcool.
- Abre ele e coloca o vidro perto do nariz dela.
Fiz tudo com um silencio perturbador.
- Nada Sophia.
- Então coloca ela no carro e vai pra um hospital, agora.
- Mas qual?
- Pode ser pro São Salvador, aquele mesmo que você foi quando passou mal e tal. Sabe onde é?
- Sei sim.
- Eu vou pra lá, esperar vocês.
- Tá bom.
Desliguei o celular e coloquei no bolso. Peguei ela no colo novamente, e só peguei as chaves do carro. Entrei no elevador vazio; que logo chegou no estacionamento. Abria a porta da trás e coloquei ela deitada. Entrei com grande rapidez no banco do motorista.
Tudo vinha a minha cabeça. Uma bagunça de imagens… as de ontem, do nosso jantar, da noite incrível. Minha princesa; dona de um sorriso perfeito. A ultima cena que veio a minha cabeça, foi dela sentada no chão do banheiro, desmaiada.
Cheguei no estacionamento do hospital, e logo na entrada de emergência vi a Sophia com outros dói enfermeiros. Parei e desci, já abrindo a porta de trás do carro. Os enfermeiros trouxeram uma maca, e logo que á tirei do carro, eles colocaram ela em cima. Eles entraram. Eu podia sair correndo atrás deles, mas estava em um estado de choque. As forças não me ajudaram.

XXXIII – Indeterminado


*Narrado por Sophia
O Chay pareceu desesperado quando saiu do carro, mas era diferente, como se estivesse gritand por dentro de agonia e calmo por fora.
- Trouxe a bolsa dela? – perguntei assim que os enfermeiros entraram
- Não. Mas pra que você quer?
- Pra fazer o registro dela.
- Vou lá buscar – disse ele indo em direção ao carro de novo.
- Pode deixar, eu vou lá; só me da a chave.
- Tá aqui – ele tirou uma chave do bolso com um chaveiro de leãozinho.
- Eu vou lá então. Se quiser, fica lá dentro, caso o medico dê noticias.
- Ah, sim. Vou ficar lá dentro.
Fui indo em direção ao carro. Não devia demorar muito já que não se podia confiar no estado do Chay.
*Narrado por Chay
Eu, que nunca cuidei nem de um passarinho sozinho, estava agora responsável pela mulher que eu amo. Se eu estava desesperado? Não sei dizer, mas era algo novo. Me sentia como se quisesse pedir ajuda e não soubesse como. Esse atormento me deixo tão perdido, que nem notei que alguém estava me chamando na recepção.
- …Acompanhante da Senhorita Melanie Nunes…
- Eu, sim? – eu disse, indo em direção ao balcão – sou eu.
- O medico gostaria de conversar com você, lá na sala treze, no corredor a esquerda. – ele apontou com a mão, onde os meus olhos seguiram.
- ok.
Fui seguindo em direção a sala treze. Chegando lá bati duas vezes na porta.
- Pode entrar – disse uma voz abafada.
Girei a maçaneta e abri a porta. Um homem de jaleco branco estava sentado em uma poltrona preta atrás da mesinha do consultório.
- Boa tarde, senhor…?
- Roobertchay, mas pode me chamar de Chay. – entrei no consultório e sentei em uma cadeira
- Acompanhante da senhorita Melanie Nunes Fronckowiak, né?
- Sim, eu sou o namorado. – era a primeira vez que eu falava da Mel com essas palavras. – Como ela esta?
- Bem – irônico isso; se ela estivesse bem não estaria no hospital – queria que o senhor me respondesse algumas perguntas.
- Claro.
- Ela sofreu alguma queda, ou tombo que venha haver pancada na cabeça?
- Acho que não.
- Bem senhor Chay, iremos fazer alguns exames, e dentro de umas duas horas teremos o resultado. Ela já esta acordada, mas ainda não pode receber visitas.
- Nem acompanhante?
- Não, porque ainda não sabemos ao certo o que é.
- Ah, sim.
- O senhor pode aguardar na recepção.
- Obrigada.
Me levantei e sai. Quando cheguei na recepção tive um enorme susto de ver a Lua, o Arthur, a Sophia, o Micael e companhia limitada sentados ali.
- E ai, como ela tá? – a Lua disse com um tom preocupado.
- Já esta consciente e acordada, mas ainda não pode receber visitas. Já fez o cadastro Sophia?
- Fiz sim. – a Sophia me falou entregando a chave do apartamento de volta – fiz por telefone, assim que cheguei no seu apartamento.
- Mas diz ai, o que aconteceu? A Sophia só contou mais ou menos. – o Micael falou
- Ela desmaiou no banheiro, logo que acordou.
- Ela estava na as casa? – a duvida do Arthur envolveu a todos.
- Tava sim. Qual o problema? Minha casa não tem proteção contra desmaio não meu filho ! – alterei o tom sem necessidade.
O silencio seguinte fez parecer que todos já haviam entendido. Me sentei, e passado algum tempo, ouvi alguém me chamar.
- Senhor Chay ?
- Sou eu – me levantei e fui em direção ao enfermeiro.
- A senhorita Melanie gostaria de vê-lo. Poderia me acompanhar?
- Claro. – fui seguindo ele por um corredor cheio de portas.

XXXIV – Exagero


*Narrado por Melanie
A minha cabeça doida. Doía como se estivesse prestes a acontecer um terremoto no centro dela. Eu não me lembrava de muita coisa. Minha ultima imagem antes de apagar tudo, era do Chay chegando na porta do banheiro, mas mesmo assim era uma imagem confusa.
E a minha primeira imagem após isso foi de um quarto azul. O doutor Marcos veio me fazer algumas perguntas, e acabou me contando que o Chay me trouxe pra cá. Fiz inúmeros exames, e a pouco quando o medico disse que vários amigos meus estavam aqui, pedi pra ver o Chay.
- Princesa? – ouvi a voz mais perfeita do mundo na porta.
- Chay ! ah, eu tava… com saudade !
Ele me deu um beijo na testa e sentou na cadeira branca ao lado da cama.
- Como você esta?
- Bem, eu acho.
- Você já tinha desmaiado antes?
- Não, o que é estranho é que eu tenho uma saúde de ferro.
Ele passou a mão em meu cabelo, tirando uma mecha do rosto.
- O medico falou que já esta com o resultado dos exames. Ficou todo mundo preocupado, sabia?
- Não precisava…
- Eu te amo, sabia? – ele falou olhando nos meus olhos.
- Essa era a única coisa que eu precisava ouvir.
Seus dedos entrelaçaram meu cabelo, e por um instante me deixei perder no tempo… naquele sorriso dele, em seus olhos… em nós dois…
- Posso entrar? – disse o medico na porta; me fazendo lembrar aonde eu estava, e o que eu estava fazendo ali.
- Entra. – eu disse sorrindo, por algum motivo que não compreendi.
- Já esta com os resultados? – o Chay se antecipou.
- Estou sim.
- E o que deu? – a ânsia de sair dali me levava a apresar os fatos.
- Melanie, você tomou algum calmante ou relaxante muscular ontem? - o doutor falou com tom apreensivo.
- Xiiii… – eu já havia entendido – é, tomei.
O olhar do Chay parecia me fuzilar ouvir o que eu acabara de dizer.
- Mas princesa… – o Chay ainda tentava entender.
- Bem, parece que o desmaio foi uma reação alérgica a dose do remédio.
- Eu tomei dois… - falei em tom baixo, com medo de que o Chay ouvisse.
- Melanie, você tem que ter cuidado com esses medicamentos – o medico advertiu – graças a Deus foi só um desmaio, mas você poderia te entrar em coma, dependendo do tanto de medicação que você toma.
- Tô precisando cuidar mais de você. – o Chay falou com o fim do choque – nunca mais vou deixar você tomar essas porcarias.
- Eu posso te dar alta amanha, mas se você prometer se cuidar, posso te dar alta hoje. – o medico me animou.
- Eu me cuido, pode deixar.
- Eu cuido de você, é mais seguro – o Chay falou – prometo cuidar de você.
- Então você vai receber alta, mas quero te ver daqui três dias. – o medico disse – vou indo então, Te espero.
- Até mais.
O medico se retirou e eu comecei a arrumar pra sair.

XXXV – Tô bem


*Narrado por Melanie
- Até que enfim, né? – o Arthur falou logo que cheguei na sala de espera.
- Ah Mel, que bom que você já recebeu alta! Mas o que tinha acontecido? – a Sophia procurava entender.
- Um exagero meu, parece que foi uma reação alérgica a um calmante que eu tomei.
- Um?! – O Chay disse com voz de ironia.
- Nossa, mas reações alérgicas são perigosas. – a Lua falou espantada.
- Pode deixar que eu vou cuidar dela. – o Chay falou, passando o braço em torno da minha cintura.
Percebi que o Micael riu, e quando desviei o olhar pra ele, vi que estava de mãos dadas com a Sophia. Os dois soltaram instantaneamente, e ficaram meio sem graça. Mas já era tarde demais, eu já tinha visto.
- Então, - o Chay quebrou o silencio – Prince… é, Mel, vamos indo?
Ele corou, e acho que eu também. Eles nunca tinham ouvido o Chay me chamar de princesa antes, me parecia estranho.
- Ah, Mel, o Ivan falou que você tem três dias de atestado. – a Sophia lembrou.
- Que bom! Da o tempo certinho do meu retorno.
Fomos todos saindo, em direção ao que me parecia ser o estacionamento. O Chay destravou a porta, e nos entramos.
- Você tá bem mesmo?- ele disse antes de ligar o carro.
- Me sinto bem, isso serve?
Ele sorriu e saímos de lá.

XXXV – Ele ainda gosta dela?


*Narrado por Melanie
- Sabe, quando a gente estava na recepção, eu vi a Sophia e o Micael de mãos dadas. Tava tão fofinho. – dividi um pensamento com meu príncipe.
- O que? O Mica e a Soph? Mas isso… – ele falou irritado, mas não terminou a frase
O seu tom sangado me fez arrepender de ter falado isso. Estava tão bom o clima, o ambiente, até eu abrir a minha boca grande.Eu devia deixar quieto, mas isso me fazia pensar que ele ainda gostava da Sophia, ou até que não tinha superado o termino do namoro.
Algo em mim falava mais alto. Essa minha maneira impensável de resolver as coisas insistia em me incomodar.
- Qual o problema? – minha voz soou mais irritada do que eu queria.
Ele não respondeu, e continuou com os olhos fixos no vidro do carro; ele me ignorou.
- Você não pode mandar nela Chay ! – o meu lado impensável reagiu de novo.
- Você entendeu tudo errado. - a resposta dele não era exatamente a que eu esperava.
- Ae?! – controlei as palavras pra não provocar uma briga levada pelo calor do momento.
Prosseguimos em silencio. Não sei como consegui não brigar com ele, já que minha reação normal seria impulsiva. Deixaria essa conversa para mais tarde, mas sei que não poderia deixar fugir desse ponto.
 
Obs: Meninas essa web é da @SOSChaMel, ela me mandou só Até esse capitulo, quando ela me mandar mais eu posto como uma 2 temporada tá!
 
Eu vou fazer uma Web criada por Mim  chamada Romance Secreto
Web: ChaMeLar

Nenhum comentário:

Postar um comentário