quinta-feira, agosto 16, 2012

Cap. VI – Pra um novo Amanhecer
 
*Narrado por Chay
Acordei ate mais disposto nessa manha de sexta-feira; não apenas por ser sexta, as por estar me sentindo mais leve. O shopping de ontem serviu pra mostrar o meu devido lugar no mundo, ao lado dos meus amigos.
Certo, eu estava mais disposto, o que não me impediu de chegar atrasado na Record. Cheguei apresado, fui correndo pro meu camarim, e pedi só uma arrumação rápida. Tinha que terminar hoje o roteiro de gravação com a Mel.
Pedi para a maquiadora apresar um pouco. Graças a Deus ela foi mais rápida do que nos outros dias. Quando enfim ela disse “pronto”, a camareira anunciou que eu tinha uma visita importante, e não poderia esperar.
- Senhor, insisti que esperasse, mas ela disse que era importante.
- Há, ta bom. Já vou levar bronca mesmo, um minuto a mais ou a menos. Pode mandar entrar.
Foi o prazo de dar uma ajeitada no cabelo, ouvi passos entrar.
- Chay, desculpa entrar assim, mas tá dando mais…
Me virei, era a Mel, ela me olhou por um segundo, esperando alguma reação, mas não veio; então ela prosseguiu.
- Eu sei que você esta distante, mas eu… – mas uma vez ela estava perdida nas palavras.
Me levantei. Foi uma ação totalmente involuntária. Foi como se eu não controlasse meu corpo. Fui andando em direção a ela. Já estava bem próximo, quando ela abriu a boca pra dizer algo. Meus dedos se direcionaram ao seu rosto, e eu coloquei o dedo indicador em seus lábios em sinal de silencio.
Ficamos ali, paralisados por alguns segundos, ate que novamente uma ação involuntária saiu de mim. Levei meu braço a sua cintura e a puxei pra mim; levando seu rosto em direção ao meu e beijando-a.
Não sei explicar o que senti, mas posso te afirmara que foi a sensação mais estranha que já tive. Foi bom e novo ao mesmo tempo. Algo no qual palavras humanas não podem descrever.
O clima foi totalmente quebrado, quando alguma pessoa totalmente sem noção deu batidas fortes e violentas na porta do meu camarim. Mel me solto, dando um passo para trás, o que me trouxe rapidamente a realidade.
- Entra – gritei, a e porta se abriu.
- Ô meu filho, a Margareth esta surtando atrás de vocês dois há uns vinte minutos, e você ai, batendo papo. – O Arthur disse as palavras quase chutadas.
Momento realidade. Eu estava há quarenta minutos atrasado pra gravação das cenas. Mel saiu em disparada para o corredor, quase atropelando o Arthur, que ainda estava na porta. Segui logo atrás, ambos deixando o Arthur sem resposta.
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Cap. VII – Sem resposta

*Narrado por Chay
- Melanie! Chay! Qual a justificativa de vocês? Dois jovens, maiores de idade, se atrasando quase uma hora pra vim do camarim até o estúdio de gravação, que deve dar o que?! Quarenta segundo andando bem de vagarzinho. Vocês demoraram quarenta, quarenta minutos! – Margareth nos abordou logo que entramos no estudo de filmagem.
- Desculpa Margareth. – Mel falou com sua voz doce, mas nervosa.
- É, Margareth, desculpa. Isso não vai se repetir. – completei.
- Tudo bem crianças, vamos trabalhar.
Eu sempre me surpreendia com a Margareth, ela mudava de humor facilmente. Gravamos mais três horas seguidas de cenas entra briga e de romance entre Carla e Tomás. Por um momento pensei que a Mel teria ignorado completamente o acontecido no camarim. Mas entre o descanso de uma cena e outro ela me mostrou que foi real.
- Chay, o que aconteceu no camarim… – sim, ela se perdeu novamente nas palavras.
- Eu não vou falar nada, fica só entre agente. - completei, e ela assentiu com a cabeça.
Já anoiteceu em meu quarto, a solidão me tomou. Queria que o novo amanhecer trouxesse tudo àquilo que a noite me levou; não sei bem o que foi, mas queria de volta, pois sentia que fazia falta.
Os maus pensamentos me afrontaram a noite. ‘ Será que ela também esta confusa?’. Depois de essa maré terminar em minha cabeça, eu só queria uma coisa. Estar com ela. Seria pedir muito ver seu sorriso outra vez antes de dormir?
E esse pensamento só cresceu dentro de mim, de uma forma até assustadora. Comecei a me sentir sufocado, algo estava entalado no meu peito. Estava doendo, meu coração doía muito e eu não sabia explicar pro meu celebro o motivo dessa dor.
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Cap. VIII – Um caminho

*Narrado por Chay
Parece que adormeci entre algumas lagrimas. O sol já batia forte na janela do meu quarto. Acordei com o meu telefone tocando baixinho e vibrando bravamente na mesinha do computador. Levantei arrastando as cobertas e olhei no visor do celular. Era o Arthur.
- Alô – disse com uma voz rouca.
- Alô, o neném já acordo? – o Arthur tinha um senso de humor pela manhã admirável.
- Neném não ta acordado não, atendi o telefone dormindo. – respondi.
- Nossa, neném acordou mal-humorado hoje – ele deu uma risadinha – mas e ai, vai fazer o que hoje?
- Eu vou pra casa da minha mãe, e depois vou pegar uma praia, mas por quê?
- Eu ia te chamar pra gente cair na praia desde agora. Mas se você quiser, marco de irmos a noite.
- Há, pode ser. Mais tarde eu te ligo, ai agente marca.
- Ta bom, depois nós se fala. – e ele desligou.
Fui tomar um banho e descer pra pegar um taxi pro aeroporto. Minha mãe morava em uma casa no interior de São Paulo, antes de começar a fazer Rebelde, agora ela morra na capital, pra facilitar a minha ida. Eu sentia saudade sabe, de ficar mais em casa com a minha mãe. Saudade do colinho protetor dela, todos os dias.
Mas agora eu ia matar um pouco a saudade, e ver se ela preencher esse enorme vazio no meu peito. Queria o colinho dela agora.
- Mãe, tudo bem? – perguntei, já abraçando ela.
- To si meu filho, e você? Quando vem tirar ferias?
Ela me encheu de perguntas, dede o aeroporto ate em casa. Almoçamos juntos e passamos à tarde no sitio da minha tia. Entre uma conversa e outra, minha mãe não evitou perguntar:
- Filho, e a Sophia, como esta? – ela viu minha expressão de nervosismo ao se referia a Sophia. Ela mesma já sabia que não estamos mais juntos.
- Bem, ela esta bem. – não pude evitar lembrar a imagem dela e do Bruno no camarim. Pensei em disser “melhor que eu até, e mais rápida também”.
Eu percebia a ligação que minha mãe tinha com a Sophia. Mais tarde eu já estava pronto pra ir pra casa. Minha mãe estava me levando pro aeroporto quando o Micael me passou um sms.
“Vou pra praia com o Arthur e a galera, da uma passada aqui; vamos estar no lugar de sempre.”
A um tempo atrás nos íamos todos os dias passar as noites de fim de semana na praia. Eu deveria chegar no Rio por volta das seis e meia da tarde. Chegando no aeroporto, me despedi da minha mãe e fui para a área de embarque.
Quando cheguei no Rio, senti uma vontade enorme de ver meus amigos. Liguei pro Micael:
- E aê meu filho, ainda tá na praia?
- Uai, to. Você vem pra cá?
- E, quem tá ai? - dependendo da sua resposta eu nem iria.
- A, a Lua, a Mel, o Arthur, o Bernardo e o Pedro. Há, tem eu também.
- Uai, vou sim; mas vocês não chamaram a Sophia não? – Não sei por que fui fazer essa pergunta; ela não foi, pronto e acabou.
­- Ela falou que tinha um compromisso, mas não falou o que era. – Acho que ele percebeu o tamanho do meu desconforto. – Bem, acho que ela também foi pra casa da mãe dela também.
É, ele queria me confortar. Mas acho que não funcionou. Parei no ponto de taxi. Pegar um taxi no aeroporto é uma coisa um pouco difícil, ainda, mas em um fim de tarde no sábado. Esperei por uns vinte minutos o taxi que havia chamado.
No trajeto do aeroporto a praia, fiquei pensando na vida. Bem, comecei pensando na vida; mas quando me dei conta já estava pensando na Mel. Pensando no nosso primeiro beijo, sabe o de verdade. Aquele que não foi forçado e nem tinha platéia. O que vai ficar gravado sempre no meu coração, não como um beijo de Carla e Tomas, mas um beijo de Mel e Chay…

Autor: @SOSChaMel

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